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UFPR participa de pesquisa que revela a diversidade de plantas da Amazônia

Comparação de amostrar (foto acervo/UFPR)

A Amazônia abriga a maior floresta tropical úmida do mundo, com valor inestimável para a manutenção do equilíbrio do planeta. Apesar da inquestionável biodiversidade, não se sabia ao certo o número de espécies de plantas conhecidas em suas florestas, com estimativas variando de dezenas a centenas de milhares apenas para as angiospermas (plantas com flores).

Um levantamento detalhado, com base em dados taxonomicamente verificados a partir de coleções de herbários e museus, foi realizado por uma equipe de 44 cientistas de países amazônicos, da Europa e dos Estados Unidos. O resultado foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences em setembro deste ano. O trabalho, liderado pelo Dr. Domingos Cardoso, da Universidade Federal da Bahia, e a pela Dra. Tiina Särkinen, do Jardim Botânico Real de Edimburgo, Escócia, teve a participação, dentre outros pesquisadores, do professor do Departamento de Botânica da UFPR, Renato Goldenberg.

O estudo revelou que a diversidade conhecida de plantas com sementes (angiospermas e gimnospermas) na bacia amazônica abrange 14.003 espécies. Menos da metade dessas espécies (6.727) são árvores, um número menor do que os apresentados em trabalhos publicados até então. Goldenberg explica que esta diminuição se deu pela metodologia da pesquisa, que comparou as amostras coletadas na floresta com as que existem depositadas em herbários, como o da UFPR. “Muitas vezes uma espécie era descrita em dois ou mais gêneros diferentes, resultando em vários registros simultâneos, em uma mesma lista. Essa conferência dos registros não era feita em trabalhos anteriores”.

Coleta em um afluente no Rio Negro (Foto – Renato Goldenberg)

Este levantamento foi em parte baseado em catálogos já existentes ou em construção como, por exemplo, a “Flora do Brasil 2020” (http://floradobrasil.jbrj.gov.br). “Houve algumas iniciativas nesta última década entre os botânicos no Brasil que são pioneiras e elogiadas no mundo todo, principalmente relacionadas a projetos sobre a flora do Brasil”, explica Goldenberg.

Os autores enfatizam que a publicação da lista não significa que a flora amazônica já esteja completamente conhecida. Muitas novas espécies de plantas são descobertas todos os anos, tanto no campo como em herbários e museus, e grande parte da vasta Amazônia continua pouco conhecida ou mesmo inexplorada. “As diferenças entre as estimativas anteriores e os números apresentados neste novo estudo não diminuem de forma alguma a Amazônia como reconhecida pela sua magnífica diversidade de plantas; elas apenas ressaltam a enorme lacuna no conhecimento taxonômico que ainda precisamos preencher”, ressalta Domingos Cardoso.
Assim, o estudo mostra de maneira emblemática a importância da taxonomia e das coleções biológicas para o conhecimento da nossa biodiversidade e a necessidade de apoio contínuo aos estudos taxonômicos. “

Aquele trabalho tradicional de taxonomia, que envolve de coleta de organismos, o seu depósito em coleções científicas e sua identificação/classificação, ainda é visto com reticência por muitos biólogos, embora tenha papel fundamental no reconhecimento da diversidade global”, revela Goldenberg. “As coleções biológicas, em museus e herbários, são testemunhos materiais desse conhecimento”, completa.

O trabalho publicado mostra o papel fundamental dos catálogos de espécies taxonomicamente verificados por especialistas para os estudos em biodiversidade. “Sem essa base científica podemos estar colocando em risco nossa biodiversidade, patrimônio único e insubstituível, simplesmente por falta de um conhecimento realmente qualificado” finaliza Cardoso.

(Texto João Cubas/Aspec/Bio/UFPR)

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