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UFPR integra rede global de monitoramento de chuvas

O Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas (LPH), vinculado ao Setor de Ciências da Terra da Universidade Federal do Paraná (UFPR), realiza, desde 2018, o monitoramento de isótopos de hidrogênio e oxigênio em precipitação. O projeto tem o objetivo de identificar as assinaturas isotópicas da precipitação e detectar os locais de sua origem e processos que controlam as mudanças de fase da água no ciclo hidrológico, além de ser utilizado na comparação com as assinaturas isotópicas obtidas em amostras de água coletadas em aquíferos e rios.

Equipamento instalado no LPH que faz a coleta da água da chuva. Foto: LPH-UFPR

De 2020 em diante, a ação passou a fazer parte da Global Network of Isotopes in Precipitation (GNIP), uma rede mundial de monitoramento de isótopos de hidrogênio e oxigênio em precipitação, iniciada em 1960 pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que opera em cooperação com diversas instituições parceiras nos estados membros.

O elemento químico permite rastrear os movimentos da água no ciclo hidrológico. Como as abundâncias isotópicas relativas variam de acordo com o estado físico da matéria, os isótopos podem ser considerados traçadores naturais desse ciclo, podendo ser utilizados para entender mudanças climáticas específicas de uma região no passado, no presente e no futuro.

O professor do Departamento de Geologia da UFPR e pesquisador no LPH, Gustavo Barbosa Athayde, conta que a experiência do laboratório com o monitoramento de dados isotópicos de precipitação iniciou quando instalaram, em 2018, um amostrador de chuva no âmbito do Projeto Hidrosfera, no município de Toledo, com o intuito de estudar a interação entre as águas superficiais e subterrâneas na Bacia Hidrográfica Paraná 3. “E em dezembro de 2020 foi estabelecida uma parceria com o LPH visando à instalação e operação da rede de monitoramento em Curitiba, vinculada à rede GNIP”.

Todos os meses os pesquisadores coletam amostras de chuva em um coletor fornecido pela AIEA, instituição responsável por analisar o material. “Os resultados isotópicos são comparados com os volumes precipitados e com a umidade do ar. A existência de uma estação meteorológica vinculada à rede de monitoramento nacional no Centro Politécnico, muito próxima ao coletor de chuva, torna nossos resultados ainda melhores”, informa Athayde.

Alunos no sítio escola do LPH realizando estudos hidrogeológicos nos poços de monitoramento do aquífero. Foto: LPH-UFPR

Outro fator que contribui com a rede de monitoramento é o fato de o LPH possuir um sítio escola de hidrogeologia, onde estão instalados poços de monitoramento do aquífero freático. “Ali podemos observa a variação do nível do aquífero, sua química e comparar esses resultados com as assinaturas isotópicas, buscando entender a recarga do aquífero”, explica o professor que coordena a estação da rede GNIP instalada no LPH em parceria com a professora Camila Müller, do mesmo departamento.

Brasil na GNIP

O Brasil participou da Global Network of Isotopes in Precipitation (GNIP) pela primeira vez na década de 1960, porém o monitoramento foi interrompido nos anos 80. Em 2010, a rede foi retomada em Belo Horizonte, Minas Gerais, e, em 2013, em Rio Claro, São Paulo. Em 2018, um termo de cooperação técnica entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi assinado para a implantação de uma série de estações de monitoramento isotópico da chuva em todo o território brasileiro.

O banco de dados da GNIP inclui mais de 120.000 dados mensais de registros. O mapa ilustra a distribuição global da rede. Foto: IAEA

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