

Nesta sexta-feira (18), o Setor de Ciências da Terra da Universidade Federal do Paraná comemorou 20 anos de existência. A data foi celebrada em uma solenidade oficial, no Centro Politécnico, com homenagens a ex-diretores, vice-diretores e servidores técnico-administrativos.
“As homenagens significam gratidão. Os docentes e técnicos ligados ao setor precisam ser reconhecidos e lembrados. A atuação desses diretores e vice-diretores foi decisiva para a consolidação da nossa unidade, ainda muito jovem em relação à história da UFPR”, ressaltou o docente Eduardo Salamuni, representante da comissão organizadora das comemorações de 20 anos.
O reitor Ricardo Marcelo Fonseca destacou a força do setor. “As áreas do conhecimento que estão condensadas no Setor de Ciências da Terra estão misturadas com a história centenária da universidade. Esse é um setor que orgulha a UFPR, pela sua produção científica, protagonista, com liderança e com programas de pós-graduação avaliados com excelência na última avaliação da Capes”.
“Estamos em um momento em que a expansão universitária dos últimos anos passa por cortes do governo federal, sobretudo na parte de investimento. Esse setor demonstra a competência dos professores da unidade com a captação de recursos para projetos e expansão da pesquisa em algumas áreas, mostrando que a universidade está muito viva”, afirmou o reitor.
O diretor do setor, Pedro Faggion, lembrou a evolução e as expectativas para o futuro. “No decorrer desses 20 anos, o setor cresceu. Vamos crescer ainda mais para atender às demandas relacionadas às geociências”.
A vice-reitora, Graciela Bolzón de Muniz, reforçou a importância da participação de todos para enfrentar o cenário difícil para as universidades públicas. “Estamos vivendo um momento de crise, mas chegou a hora de cada um de nós lutar para reverter a situação e para que as universidades possam manter o nome que elas sempre tiveram. Nós professores e estudantes temos que continuar lutando”.
Professor Camil Gemael
Durante a comemoração, o público acompanhou o descerramento da placa comemorativa de 20 anos no prédio da direção do setor, que leva agora o nome do docente Camil Gemael, considerado o pioneiro das Ciências Geodésicas no Brasil.


A relação do professor com a UFPR foi começou no vestibular para Engenharia Civil, no ano de 1944. “Mais tarde o professor Camil conseguiu concretizar um sonho: a criação do Programa de Pós-graduação em Ciências Geodésicas da UFPR, o primeiro do País e da América Latina”, conta o diretor Faggion. “A ousadia dele serviu como alavanca para a formação de profissionais e teve grande impacto na formação de professores da área”.
Dois filhos de Gemael receberam as homenagens e participaram da comemoração.
Camil Gemael faleceu em 2015, aos 92 anos de idade.
Setor de Ciências da Terra
O Setor de Ciências da Terra foi criado em 1998, mas sua história começou bem antes. “Em 1970, foi criado o Instituto de Geociências, que durou apenas três anos, pois não foi aprovado pelo Conselho Federal de Educação. A proposta de criação de um setor que abrigasse a geociências nunca morreu e, na segunda metade da década de 1990, as discussões foram retomadas e culminaram com a criação do Setor de Ciências da Terra”, conta o diretor Pedro Faggion. “O jovem setor ocupava uma sala de aula no bloco V, com apenas um servidor”.
Constituído pelos departamentos de Geomática, Geografia, Geologia e pelo Centro de Estudos do Mar; o Setor de Ciências da Terra da Universidade Federal do Paraná conta atualmente com cerca de 1.300 estudantes de graduação e 250 de pós-graduação, atendendo também aproximadamente 1 mil acadêmicos de outros setores em disciplinas da Geociências.
O setor possui oito cursos de graduação: Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, Geografia (Licenciatura e Bacharelado), Geologia, Oceanografia, Engenharia de Aquicultura, Licenciatura em Ciências Exatas, Engenharia Civil e Engenharia Ambiental e Sanitária; além de quatro programas de pós-graduação e cursos de especialização.
“Somos uma força considerável, que amplia e apoia o grande e imenso intelecto dessa universidade, uma das maiores do Brasil. Não tem sido fácil para as instituições públicas de ensino, mas nós somos a personificação da resiliência”, destaca o docente Eduardo Salamuni.

