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 “Ser feminista é querer que tenhamos igualdade de direitos”, ressalta professora Luciana Panke no lançamento do livro “Campanhas eleitorais para mulheres”

09 março, 2017
15:58
Por
Ciência e Tecnologia

Luciana: “Estamos em um momento de retrocesso no Brasil, mas sou otimista porque vejo que as novas gerações estão pensando sobre isso e agindo para mudar esta situação”. Imagem: Samira Chami Neves.

A professora-doutora e pesquisadora Luciana Panke – superintendente de Comunicação Social da UFPR – ressaltou nesta quarta-feira (8) em Curitiba o papel do feminismo na luta por avanços em defesa das  mulheres e lamentou que muitas delas não compreendam a relevância do movimento.

“O feminismo, muitas vezes, possui conotação pejorativa na sociedade e por isso muitas mulheres evitam ser identificadas com a causa. Ser feminista é querer que tenhamos igualdade de direitos com os homens”, disse a professora, no debate promovido no lançamento da edição em português do seu livro “Campanhas eleitorais para mulheres: desafios e tendências”, na Livraria da Vila.

Luciana explicou que a obra tem o objetivo de colaborar para promover mudanças na sociedade, afirmou que  as pautas feministas ocorrem em todos os países –  mas geralmente são encampadas pelos partidos de esquerda – e lamentou que as mulheres ainda sejam obrigadas a apresentar provas da sua competência o tempo todo. “Estamos em um momento de retrocesso no Brasil, mas sou otimista porque vejo que as novas gerações estão pensando sobre isso e agindo para mudar esta situação”, avaliou.

“Mulher e Política”

Com o tema “Mulher e Política”, o debate teve ainda a participação da professora-doutora Maria Rita de Assis César (pesquisadora, especialista em questões de gênero e pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFPR) e do jornalista Rogério Galindo (responsável pela coluna Caixa Zero, do jornal Gazeta do Povo).

Maria Rita disse que o trabalho de Luciana Panke é relevante tanto pelo número de entrevistas realizadas (quase 100, com pessoas de 15 países) quanto ´pela qualidade e a relevância dos dados levantados. “É uma obra fundamental e inédita em sua temática”, comentou a professora e pesquisadora.

Galindo destacou o fato de a obra ter sido lançada no Dia das Mulheres, em um  “momento conservador” da Nação. “O discurso em torno das mulheres feito pelo presidente Michel Temer, hoje, mostra que há um momento conservador no Brasil”, comentou. Temer disse, entre outras coisas, que o papel da mulher na economia é acompanhar o orçamento doméstico e ser responsável pela educação dos filhos.

Obra relevante

O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, disse que a obra é importante para a Universidade não apenas porque recebeu um relevante prêmio (o Prêmio Internacional Alacop-2016, como referência na bibliografia de comunicação política na América Latina), mas também porque resultou de uma extensa e bem qualificada pesquisa científica. “A obra também é importante porque levanta uma questão de grande relevância na atualidade, valorizada pela competência com que a Luciana trabalhou o tema”, disse.

A vice-reitora da UFPR, Graciela Inês Bolzón de Muniz, destacou a relevância científica e a pertinência do livro. “A professora Luciana Panke também foi precisa na avaliação que fez, no debate, sobre a forma preconceituosa como a mulher é tratada por muitos homens na atualidade”, disse. Participaram ainda do lançamento do livro o pró-reitor de administração da UFPR, Marco Cavalieri; o diretor da Agência Internacional da UFPR, André de Macedo Duarte; as vereadores Fabiane Rosa e Kátia Dietrich; e a ex-vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves.

O livro

“Campanhas eleitorais para mulheres: desafios e tendências” foi finalista do Prêmio Internacional Alacop-2016, como referência na bibliografia de comunicação política na América Latina. Quase 100 entrevistas com pessoas de 15 países compõem a base da pesquisa apresentada na obra.

Inédito na América Latina, o estudo é resultado do pós-doutorado da professora-doutora Luciana Panke, premiada pela The Washington Academy of Political Arts e Sciences (WAPAS), nos Estados Unidos, em 2016, como uma das mulheres mais influentes da comunicação política.
A obra analisa 21 casos de campanhas para eleições presidenciais, em 11 países da América Latina, desde 2010. Além disso, sistematiza três perfis encontrados nas candidaturas femininas: o da guerreira, o da maternal e o da profissional.

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