Pesquisadores de diversos programas de pós-graduação da UFPR tiveram nesta segunda-feira (26) a oportunidade de conhecer melhor as políticas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e de tirar dúvidas sobre questões que envolvem o financiamento da pesquisa no Brasil. Representantes da Capes participaram do primeiro dia do Seminário de Pesquisa e Pós-Graduação, que continua nesta terça-feira (27), no Setor de Ciências Sociais Aplicadas, no Campus Jardim Botânico.
Promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná (PRPPG), o evento teve a pós-graduação como pauta do primeiro dia. Os representantes da Capes debateram o tema com André Rodacki, coordenador de Pós-Graduação da PRPPG, André Duarte, diretor da Agência UFPR Internacional, e a comunidade universitária.
“O objetivo do evento é permitir que coordenadores de programas de pós-graduação, pesquisadores e estudantes tenham contato com representantes das instituições mantenedoras dos recursos para pós-graduação e pesquisa e saber deles as políticas nacionais e estaduais em curso”, destacou o pró-reitor Francisco de Assis Mendonça.
“Estamos vivenciando um contexto complicado de cortes gerais, uma importante crise para a pesquisa nacional. Estamos trazendo representantes para que eles possam estabelecer diálogo, trazer esclarecimentos à comunidade científica da UFPR e debater”.
A diretora de Avaliação da Capes, Rita Barata, abordou os atuais desafios e tendências do sistema nacional de pós-graduação. “Aprendemos muito nas universidades já que os coordenadores dos programas têm a vivência diária da gestão de pós-graduação. Aqui eles têm a oportunidade de ouvir as linhas gerais das agências e de nós esclarecermos uma série de mitos”, afirmou.
O representante da Divisão de Relações Internacionais, Patrício Marinho, apresentou o novo programa da Capes, voltado para a internacionalização das universidades. “Estamos recebendo propostas das universidades. O edital tem o objetivo de selecionar até 40 planos de internacionalização”, disse. “Vamos esclarecer as dúvidas, as críticas também fazem parte do processo. Queremos manter o debate aberto, para isso precisamos ouvir ou até modificar o que propomos para tornar possível a realização do projeto”, destacou Marinho.
“Para a agência é fundamental a participação no seminário por permitir o diálogo, entender como está a universidade, as dificuldades, e sugestões para aprimoramento do sistema”, completou Rita Barata.


Pós-graduação
Rita Barata apontou entre os desafios atuais uma revisão no sistema nacional de pós-graduação, que inclui rever modalidades de oferta, redefinição do papel do mestrado acadêmico e até fusões. “O sistema está muito fragmentado. Acreditava-se que era bom ser muito especializado, mas as notas mais altas são dos programas maiores”, disse Rita.
O processo de avaliação também deve passar por alterações. “Acabamos de fazer a avaliação quadrienal muito bem conduzida. Há alguns pontos que estão começando a aparecer como propostas para um novo sistema de avaliação”.
A proposta inicial é revisar a ênfase na formação dos doutorados acadêmicos e profissionais, autoavaliação dos programas, além de propor avaliação qualitativa e avaliação por pesquisadores estrangeiros dos programas de excelência.


Foto: Leonardo Bettinelli
Internacionalização
O Programa Institucional de Internacionalização – PRINT – foi a temática abordada pelo representante da Divisão de Relações Internacionais, Patrício Marinho. Divulgado em novembro de 2017, o edital do PRINT recebe propostas das universidades até o mês de maio.
“O programa tenta incentivar as universidades a trabalhar a internacionalização de maneira diferenciada. Na maioria dos casos, elas atuam de forma mais individualizada, o que não resulta em ações concretas. A ideia é tornar mais institucional, para que as universidades planejem coletivamente metas e objetivos de internacionalização e implementem de maneira coletiva”, explicou Marinho.
“Entre os requisitos estão o alinhamento com o plano estratégico da instituição, um diagnóstico institucional de internacionalização e a definição de critérios para a seleção de beneficiários”, disse.
Nesta fase, as universidades estão discutindo internamente os projetos que serão encaminhados à Capes. “A PRPPG está atenta a todo o processo, optamos em fazer um processo democrático de participação. São 5 grandes áreas, temas abertos integradores e nelas programas de pesquisa são produzidos por professores de diversos programas de pós-graduação. Optamos por essa linha porque nosso universo de pós-graduação possui uma massa crítica de altíssima qualidade e a gente quer apostar nisso”, afirmou o pró-reitor Francisco.
Programação
Nesta terça-feira (27), a programação começa às 9h, com uma palestra sobre a política nacional e estadual de pesquisa.
No período da tarde, o presidente do Confies, Fernando Peregrino, discute o novo marco legal da ciência, tecnologia e inovação. “São marcos importantes no contexto da produção do conhecimento para a UFPR e todo o Brasil. Foi um longo processo de discussão de construção do projeto do marco legal e colocou em cheque muitos aspectos de uma cultura de produção de conhecimento, que agora vai mudar porque abre novas possibilidades”, afirma o pró-reitor Francisco.
O primeiro dia do seminário pode ser assistido na íntegra aqui (via canal da UFPR TV no YouTube).