O edital selecionou, ao todo, projetos de 12 cidades brasileiras. A proposta aprovada para Palotina é promover a separação dos resíduos em três frações: recicláveis, orgânicos e rejeitos.
A expectativa é que mais de 1,7 mil pessoas participem diretamente do projeto e mais de 3,4 mil indiretamente. O Setor Palotina UFPR é responsável pela implementação da metodologia, apoio técnico, atividades de pesquisa e extensão, além da divulgação e popularização da ciência e tecnologia.
Para cada tipo de fração, será indicado um coletor diferente. O projeto vai incentivar a implementação de composteiras caseiras nos domicílios e comunitárias em instituições públicas e privadas.
“A proposta também se configura como um convite à população para colaborar na construção de políticas públicas para a gestão de resíduos orgânicos”, afirma a coordenadora do projeto de extensão e professora do Departamento de Biodiversidade do Setor Palotina UFPR, Valéria Ghisloti Iarede.
O edital do Ministério do Meio Ambiente foi divulgado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente e pelo Fundo Socioambiental Caixa em 2017, com o objetivo de apoiar projetos de compostagem – uma alternativa tecnológica de reciclagem de resíduos orgânicos.
A prática, ainda pouco explorada no Brasil, permite diversas possibilidades de aplicações e políticas públicas para a redução da quantidade de resíduos orgânicos enviados para descarte.
“É o paradigma do ‘fazer parte’ ao invés do ‘cada um fazer sua parte’. Ao estarmos colaborando com a construção de políticas públicas, nos percebemos como indivíduos dentro de um coletivo e nosso trabalho é potencializado. Isso é essencial para as ações de educação ambiental!”, completa a docente Valéria.
A iniciativa de Palotina foi contemplada com mais de R$ 698 mil pelo edital. “Esse edital veio contribuir muito para as ações ambientais que já haviam sido iniciadas, visando tornar o Setor Palotina cada vez mais exemplo em sustentabilidade. Enquanto universidade pública, cumpriremos o nosso papel de formadores e fomentadores de ações voltadas para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social”, destaca a docente Yara Moretto, vice-diretora do Setor Palotina e vice-coordenadora do projeto.


Divulgação: projeto ‘Palotina recicla o orgânico!’
Mobilização social e destino dos resíduos
Palotina é marcada pelo intenso uso de agrotóxicos, já que a principal atividade econômica da cidade é a agricultura, com foco no cultivo de soja e milho. De acordo com as docentes da UFPR, a proposta também deve abordar esse problema socioambiental e motivar o composto orgânico como uma alternativa tecnológica que substitui os herbicidas e pesticidas.
A mobilização social será trabalhada com a formação de Círculos de Aprendizagem Permanente. Um líder comunitário deverá atuar diretamente com a população de cada bairro, assessorado por membros da equipe executora e técnicos especializados no assunto.
Nos domicílios será incentivada a adoção de composteiras caseiras e nas instituições como escolas, universidade, prédios de serviço público; as composteiras comunitárias.
Os participantes poderão decidir como será essa dinâmica de utilização e destino do composto. Entre as opções estão: venda para geração de renda, uso em hortas e plantas no local e doação para o Horto Municipal de Palotina.
O projeto encaminhará os resíduos recicláveis para a central de triagem da associação de catadores do município; os resíduos orgânicos serão dispostos em potes individuais nos domicílios e bombonas em instituições para serem destinados para as composteiras comunitárias. Os rejeitos serão descartados no aterro sanitário do município.


Divulgação: projeto ‘Palotina recicla o orgânico!’
Legislação
“Palotina recicla o orgânico!” segue diretrizes da Lei nº 12.305 de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A legislação estabelece que devem ser dispostos em aterros sanitários apenas os resíduos sólidos que não tenham viabilidade tecnológica ou econômica para serem reaproveitados, ou seja, os rejeitos.
A proposta também está em conformidade com a resolução 090 de 2013 do Conselho Estadual de Meio Ambiente, sobre a proibição da destinação integral da fração orgânica compostável para aterros.
Os resíduos deverão ser previamente separados na origem em, no mínimo, três frações: fração reciclável, fração orgânica e rejeitos.
Etapas do projeto
Oito estudantes do Setor Palotina integram o projeto de extensão – cinco do curso de Ciências Biológicas e três de Agronomia.
Na primeira etapa, representantes das 12 cidades selecionadas participaram de uma capacitação em compostagem comunitária e gestão de resíduos orgânicos no mês de abril, em Florianópolis.
A equipe planeja agora as atividades de formação dos agentes, gestores e monitores que atuarão diretamente com a comunidade. O grupo espera que as iniciativas continuem após a finalização do convênio.