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Reitoria da UFPR intensifica diálogo sobre ocupações, garante 2ª fase do vestibular e anuncia 190 novos colaboradores para Complexo HC

11 novembro, 2016
20:36
Por
UFPR

O reitor Zaki Akel Sobrinho vai convocar sessão do Coun para debater a pauta nacional do movimento que deflagrou as ocupações em unidades da UFPR. Imagem: Ray Garbelotti.

O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, anunciou hoje, em coletiva de imprensa, que intensificou o diálogo com representantes do movimento dos estudantes com o objetivo de buscar uma saída negociada e pacífica para as ocupações nos oito espaços da Universidade – sete em Curitiba e um no Setor Litoral. A Reitoria distribuiu nota sobre o assunto (no final deste texto).

Zaki  afirmou que convocará sessão do Conselho Universitário (Coun) para debater a Proposta de Emenda Constitucional 55 (que define limites para os gastos públicos federais) e a Medida Provisória 746 (da reforma do ensino médio) para formalizar a apresentação de um posicionamento institucional sobre os temas. Para garantir que o processo seja plenamente democrático, os representantes dos professores, dos servidores técnico-administrativos e dos alunos serão chamados para a discussão.

O reitor afirmou ainda que a 2ª fase do Vestibular 2016-2017, agendada para novembro, está garantida. “Estamos analisando a cada dia a situação dos campus, mas o processo seletivo está garantido e será tranquilo, seguro e exitoso”, afirmou. “A 2ª fase será promovida com toda cautela. E é claro que, se houver a necessidade de ajustes, avisaremos imediatamente a sociedade”. Por este motivo, o reitor quer uma solução negociada para as ocupações até o próximo dia 20.

Outra medida importante anunciada por Zaki foi a contratação de 190 novos colaboradores para o Complexo Hospital de Clínicas, que reúne o Hospital de Clínicas e a Maternidade Victor Ferreira do Amaral. Eles iniciam o trabalho em 1º de dezembro, garantindo a ampliação de leitos e a melhoria do atendimento 100% Sistema Único de Saúde prestado pelo HC.

Apelo à desocupação pacífica

Na quarta-feira da próxima semana (dia 16), haverá nova reunião com os representantes do movimento dos estudantes que ocupam os espaços da UFPR. Na avaliação do reitor, o diálogo com o grupo evoluiu durante as negociações para a desocupação do prédio histórico da Universidade, em Curitiba, no último sábado (dia 5), indicando uma possível saída para a liberação pacífica dos demais espaços.

Zaki afirmou que respeita o movimento e lembrou que, mesmo com a ocupação do prédio D. Pedro II – que abriga quatro Pró-Reitorias (Administração, Assuntos Estudantis, Graduação e Pesquisa e Pós-Graduação) – a UFPR garantiu o pagamento das 3,6 mil bolsas de assistência aos estudantes (inclusive os da Fundação Araucária) para não prejudicar os beneficiados. Disse, porém, que as ocupações já cumpriram seu papel e propôs que esta forma de manifestação seja substituída por uma grande mobilização social, evitando prejuízos às pessoas (inclusive os próprios alunos) que dependem do trabalho desenvolvido pelos colaboradores das unidades ocupadas da UFPR.

“É preciso marcar posição sobre as medidas tomadas pelo Governo Federal, mas o movimento já chamou a atenção da sociedade para a sua pauta, que é nacional – e não local. E é preciso também ter equilíbrio. Se o movimento quiser ter o apoio da sociedade, não pode usar métodos de força”, disse. Para ele, o momento agora é de distensão das negociações. “Temos que buscar o caminho da serenidade. Vamos fazer todo o esforço possível para investir no caminho do diálogo”, afirmou.

O reitor disse que a UFPR tem o dever de oferecer à sociedade uma saída para o impasse baseada no diálogo maduro e inteligente, realizado em espaços de discussão adequados e democráticos, como o  Coun. Sua proposta é promover ainda dois seminários sobre o tema envolvendo as organizações que representam os professores (APUFPR), os servidores técnico-administrativos (Sinditest) e os alunos (DCE). A pró-reitora de Graduação, Maria Amélia Sabbag Zainko, disse que está estudando alternativas para compensar os dias letivos parados para não prejudicar os alunos.

 

Complexo HC ganha reforço

Zaki Akel Sobrinho anunciou ainda que o Diário Oficial da União já publicou edital garantindo a contratação, com início das atividades em 1º de dezembro, de 190 novos colaboradores do Complexo Hospital de Clínicas. Além disso, a Ebserh (Empresa Brasileira e Serviços Hospitalares), empresa pública que gerencia os hospitais universitários, repassou R$ 1,6 milhão para o CHC em setembro, R$ 1,2 milhão para a compra de equipamentos e garantiu que não haverá falta de material hospitalar.

Segundo o superintendente do Complexo CHC, Flávio Tomasich, apenas na área médica, não contando-se os servidores administrativos, serão 48 médicos, 38 enfermeiros e 51 técnicos de enfermagem. Com isso, a UTI Pediátrica passará de quatro para dez leitos, a UTI Neonatal de 10 para 20 e a UTI Cardiológica de oito para 12 leitos. As contratações cumprem exigência do Conselho Regional de Medicina. Com elas, o Complexo HC passa para 3.107 colaboradores – 1832 da UFPR,  839 do quadro Funpar e 436 da Ebserh.

Para o reitor, a conquista é muito importante. “A conquista é importante porque acontece em um momento de cortes de recursos orçamentários. Garantirá que o HC ofereça um atendimento cada vez melhor à população que depende do SUS”, disse. Da entrevista coletiva participaram ainda o vice-reitor da UFPR, Rogério Andrade Mulinari e a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Rita de Cássia Lopes.

 

Por Aurélio Munhoz

 

Abaixo, a nota produzida pela Reitoria sobre os movimentos de resistência contra a PEC 55 e a MP746 na UFPR
O quadro nacional de movimentos de resistência contra a PEC 55 (Controle de Gastos) e a MP 746 (Reforma do Ensino Médio) mostra um conjunto de manifestações, ocupações de prédios e de paralisações. Estas ações têm reflexo e consequência nacional e local.
Estamos presenciando as ocupações e manifestações no âmbito da UFPR, com paralisação de estudantes e greve de servidores técnico administrativos aprovada em assembleia, 26/10 e a aprovação do indicativo de greve dos docentes, a partir de 25/11, conforme deliberado ontem em assembleia da APUFPR, que ainda terá uma nova assembleia entre os dias 21 e 24 de novembro para definir a deflagração efetiva ou não da greve.
Existem hoje 18 universidades federais com prédios ocupados. A Reitoria da UFPR desde o primeiro momento tem acompanhado de perto e com muita atenção os desdobramentos dos acontecimentos em nossa universidade. Sempre buscando de forma ativa uma solução pacífica com base no diálogo.
A administração central da UFPR, em conjunto com os diretores de setor, estabeleceu uma Comissão de Negociação que já mostrou resultados positivos, conforme demonstrado no caso da rápida desocupação do prédio histórico da Praça Santos Andrade, prédio símbolo da cidade de Curitiba e dos movimentos democráticos. Agora, esta comissão já estabeleceu interlocução com representantes dos estudantes paralisados para abrir uma rodada de negociação para desocupação geral dos prédios ocupados na UFPR.
Dentre as ações propostas para negociação, a UFPR planeja uma reunião temática do Conselho Universitário (COUN), para debater e tirar uma posição oficial institucional da UFPR perante a PEC e a MP, objetos deste movimento de resistência nacional. Ainda propõe a realizar mais 2 seminários públicos, um sobre a PEC 55 (Controle de Gastos) e outro sobre a MP 746 (Reforma do Ensino Médio), em articulação com as entidades de representação das 3 categorias: DCE, Sinditest e APUFPR. A intenção é de fomentar o debate com vistas a esclarecer a comunidade e a sociedade.
Acreditamos que a universidade é o devido espaço para o debate de ideias, contribuindo na formação de uma sociedade cidadã e justa. Fazemos um apelo a serenidade e respeito institucional, neste momento de tensões e conflitos.
Desta forma, também queremos deixar claro que a Reitoria está em um processo de construção de uma solução pacífica e permanece com o firme propósito de utilizar a exaustão os meios democráticos, para resolução de conflitos. Nosso desafio tem sido a busca do equilíbrio entre o respeito aos direitos de ir e vir, de trabalhar e de estudar, em contrapartida ao direito da livre manifestação e expressão.

 

 

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