A Universidade Federal do Paraná (UFPR) recebeu, nesta quinta-feira (20), José Castilho Marques Neto, responsável por apresentar proposta de lei que estabelece estratégias permanentes para promover o livro, a leitura, a escrita, a literatura e as bibliotecas de acesso público no Brasil. A Lei n.º 13.696, conhecida como Lei Castilho, foi aprovada em julho.
Em visita ao gabinete da reitoria, Castilho pediu apoio da UFPR para elaboração do próximo Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), que deve ser realizado em conjunto com o Ministério da Cultura, Ministério da Educação e a sociedade civil. O reitor, Ricardo Marcelo Fonseca, avalia que esta é uma pauta fundamental e que merece ser discutida com empenho. “Os reitores das universidades federais estão em um momento de muita unidade e este é um tema de vital importância para nós”.


Segundo Castilho, as universidades, notadamente as públicas, são essenciais na construção desse tipo de ação por possuírem uma matéria-prima com corpo de professores e pesquisadores muito rica nesse sentido. “A juventude brasileira está nas universidades e é ela que pode transformar o futuro do País. Infelizmente o indicador nacional de analfabetismo funcional revelou, recentemente, que 34% dos estudantes universitários têm algum grau de analfabetismo funcional, ou seja, têm deficiência na leitura. Assim, a universidade tem que cuidar da sua casa e ajudar também a cuidar do País”.


Ele também ressalta o importante papel que as universidades de aceso público – constituídas por bibliotecas públicas, escolares e comunitárias – têm para a formação de leitores e cidadãos. “Elas são fundamentais em um país carente de recursos pessoais, em que apenas uma parcela da população consegue comprar livros e a maioria absoluta só tem acesso à leitura por meio das bibliotecas”.
O PNLL prevê quatro eixos que sintetizam a formação do leitor no Brasil e são a base da Lei Castilho: a democratização do acesso ao livro e à leitura; a formação de mediadores de leitura; a valorização do aspecto simbólico do livro; e o apoio à economia do livro. “Por meio destes eixos, em conjunto com a cultura, a educação e a forte participação da sociedade junto ao Estado, poderemos alavancar um processo de formação leitora a longo prazo”, assegura Castilho.
O principal formulador da legislação também ministrou uma palestra na 37ª Semana Literária do Sesc & XVI Feira do Livro da Editora UFPR nesta quarta-feira (19), na qual abordou a Lei da Política Nacional de Leitura e Escrita, possibilidades e perspectivas.