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Reforçar a tecnologia da informação e ouvir a comunidade são as principais metas da PRA

27 janeiro, 2017
09:57
Por Lais Murakami

Foto: André Filgueira

O professor e economista Marco Antonio Ribas Cavalieri sempre sonhou em seguir a vida acadêmica. Ao contrário de muitos garotos que sonham em ser jogadores de futebol ou astros da música, ele sempre se imaginou professor da Universidade Federal do Paraná. Hoje, já com o sonho de infância realizado, ele encara o desafio de assumir a Pró-Reitoria de Administração da universidade, unidade que tem as mais diversas funções, como cuidar da tecnologia da informação, dos restaurantes universitários, dos veículos, dos funcionários terceirizados e das compras e licitações. Motivado, Cavalieri afirma que o objetivo é encontrar a melhor maneira para superar a crise fiscal que o país atravessa e que afeta diretamente a universidade, além de atender a comunidade acadêmica dando abertura para o diálogo constante. 

Como foi construída sua relação com a Universidade Federal do Paraná?

A mais antiga relação que tenho com a UFPR é a história do meu pai, que foi estudante de medicina da instituição. Ele era filho de lavradores de Santa Catarina que não tiveram absolutamente estudo nenhum e por isso, para ele, a universidade pública significou a grande chance da vida.

Eu, por outro lado, tive todos os recursos de educação disponíveis e acho que devo isso principalmente a essa formação que meu pai teve na UFPR.

Outra grande lembrança que eu tenho daqui é a da primeira vez que visitei a instituição. Eu tenho dois tios, Ayrton e Undine Pereira, que foram professores do Departamento de Fisiologia da universidade e eles me trouxeram para visitar uma exposição sobre o Cometa Halley. Lembro que fiquei encantado.

Como decidiu pela graduação em Ciências Econômicas?

Eu cursava Direito no interior de São Paulo e já no primeiro semestre do curso tive a matéria de Economia. Era uma época de muitas crises: a crise do México, crise dos Tigres Asiáticos, crise da Rússia, entre outras, o que colocava em evidência os temas econômicos. Nessa mesma época, lembro que li uma entrevista do Gustavo Franco, que era presidente do Banco Central, em que ele comentava sobre sua função e sobre o enfrentamento das crises. Foi a partir daí que me decidi a partir para a área das Ciências Econômicas.

De que forma surgiu seu interesse pela vida acadêmica?

Logo na primeira aula que tive no curso de Economia, com o professor e agora meu colega de departamento Huáscar Pessali, eu me dei conta de que gostaria de fazer aquilo que ele estava fazendo. Porém não posso deixar de citar a grande influência que tive do professor Francisco Cipolla, que hoje também é meu colega. Foi com ele que aprendi o que é a academia, por isso devo muito a ele essa decisão de ingressar na vida acadêmica.

Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional

Fui, com muito orgulho, economista do Tribunal de Justiça do estado do Paraná entre o ano de 2008 e 2009. Logo depois, sem nunca ter abandonado a ideia de seguir na docência, fui professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Em seguida, prestei concurso para a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), onde lecionei durante o primeiro semestre de 2010. Ao mesmo tempo, realizei o concurso para ingressar aqui na UFPR, onde estou desde 2010.

Quais funções já exerceu na universidade?

Além de professor, também já fui coordenador da graduação de Ciências Econômicas, que é um curso grande e, na época, tinha quase 900 alunos. Considero esse período em que coordenei o curso como uma aventura, foi uma experiência muito gratificante e uma função da qual gostei muito, pois tenho imenso carinho pela graduação em Economia, até porque foi onde me formei.

De que forma surgiu a oportunidade de assumir a Pró-Reitoria de Administração?

Eu fiquei muito lisonjeado com o convite do professor Ricardo e da professora Graciela, já que ele costuma dizer que gostaria de colocar as pessoas certas no lugar certo.

Acredito que para a escolha pesou o fato de eu já ter trabalhado com a administração pública. Apesar de minha principal linha de pesquisa ser a história do pensamento econômico, eu também leciono sobre política e planejamento público e sobre orçamento público. Por isso administração e gestão pública são áreas em que atuo como professor e, principalmente, como orientador no mestrado profissional em desenvolvimento econômico.

Aceitei esse desafio pois tenho um amor muito grande pela instituição e o que eu puder fazer para contribuir, com certeza farei.

Quais serão os maiores desafios nessa função?

Um dos maiores desafios é a crise fiscal que estamos passando, pois conseguir realizar tudo o que essa universidade gigantesca faz e com pouco dinheiro, é muito difícil. Mas acredito que nós temos as pessoas certas na universidade, os servidores e os funcionários em geral são pessoas muito dedicadas ao que fazem. Por isso, estou convencido de que aumentar a eficiência da universidade é necessário, mas além de necessário é possível e eu acredito que os colaborares estão dispostos a isso.

Outro desafio é manter a continuidade dos serviços que a PRA presta para a universidade. Lembro que uma vez assisti a um programa na UFPR TV que dizia que a PRA é o “coração” da instituição. Eu acredito muito nisso, e acho que esse “coração” tem que bater o tempo todo.

A continuidade dos serviços é fundamental. Precisamos que os Restaurantes Universitários (RUs) estejam abertos diariamente, que a Central de Transportes (CENTRAN) esteja sempre disponível, que as licitações e os contratos andem dentro da normalidade, que o Centro de Computação Eletrônica (CCE), que é o sistema nervoso da UFPR, não pare, estando bem amparado e com os recursos necessários para desempenhar suas funções e, da mesma forma, a Imprensa deve estar à disposição da comunidade. 

Quais suas metas para sua gestão na PRA?

Acredito que a principal meta é reforçar o CCE e dar a essa unidade o lugar estratégico que a tecnologia da informação merece em uma universidade desse porte. Outra prioridade é dar atenção especial ao departamento de serviços gerais, setor que sofre muito com a crise fiscal. O desafio é reformular esse departamento para que ele esteja mais afeito à nossa realidade, realidade que espero que melhore logo, mas que está muito complicada nesse momento. Acredito que esses sejam meus principais projetos para a conjuntura atual, pois considero que as outras unidades da PRA estão funcionando de maneira muito boa e essas são as que merecem atenção especial agora.

O que o senhor acredita que será sua maior contribuição para esse novo ciclo da UFPR?

Meu principal objetivo é abrir um canal de diálogo entre a PRA e a comunidade. Por isso, além das questões mais burocráticas que dizem respeito à gestão, pretendo manter essa conversa constante, principalmente com os estudantes, que são a razão dessa instituição existir.

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