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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


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Projeto de Medicina Veterinária realiza castração e vacinação em animais de comunidades litorâneas do Paraná

A equipe usa um barco para chegar nas comunidades litorâneas paranaenses e atender os animais domésticos. Foto: Isabelle Gesualdo.

O Barco Saúde Única (BSU) é um projeto voluntário que reúne professores e estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). O objetivo do BSU é atender as demandas de comunidades litorâneas em relação aos bichos de estimação, por meio de castração, vacinação e trabalhos educativos e informativos. 

O projeto iniciou em 2018 depois de pedidos da comunidade Caiçara, em Pontal do Paraná, que sofria com a superlotação de animais abandonados. A última ação do BSU foi em fevereiro, na Vila Mariana, pertencente à Ilha Rasa, em Guaraqueçaba, no litoral do Paraná. No primeiro contato, a equipe voluntária fez o levantamento da quantidade de animais, entre cachorros e gatos, por família. Depois do censo, a equipe explicou aos tutores a necessidade da castração, para evitar o aumento populacional de animais, e da vacinação dos bichos da comunidade, já que a saúde deles impacta na saúde da população como um todo.

Vila Mariana

O projeto realiza o censo dos animais domésticos, castração, vacinação e oferta orientação para os tutores. Foto: Isabelle Gesualdo.

A Vila Mariana é uma comunidade com 36 famílias e quatro animais domésticos em cada casa, em média. A maior dificuldade da população com relação aos animais é a ausência de veterinários próximos ao local. Quando os animais adoecem, geralmente recebem tratamentos caseiros.

A líder comunitária, Carla Fernandes, conta que outro problema enfrentado pela vila são os animais abandonados por visitantes. “O pessoal chega e larga os cachorros aqui. Eles vêm de canoa, alguém às vezes não quer o cachorro e vê que não tem ninguém pela frente, então acaba deixando aqui. A gente dá água e comida, não vamos deixar o cachorro morrer de fome”, lamenta. 

Barco Saúde Única

O projeto foi idealizado por Cláudia Pimpão, que é professora de Saúde Única, Farmacologia e Medicina do Coletivo na PUC-PR. Atualmente ela coordena o projeto em parceria com o aluno de mestrado em Ciências Veterinárias da UFPR, Aaron Ramathan. “Não foi uma ação realizada imediatamente, demoramos um ano para resolver todas as burocracias”, conta Cláudia Pimpão. “O primeiro problema foi em relação à legislação vigente da medicina veterinária, porque não é costumeiro que uma cirurgia dessa natureza [castração] seja feita fora de um ambiente cirúrgico. Mas acertadas estas questões, iniciamos um processo seletivo para o projeto, que contava com alunos da PUC e da UFPR e, em seguida, realizamos o primeiro mutirão, em que 43 animais foram operados”, complementa.

O BSU, por meio dos líderes de cada comunidade, entra em contato com os moradores e agenda a primeira fase, a territorialização. Depois disso, serão no mínimo mais duas visitas, a fim de fazer as partes clínica e cirúrgica. 

Os insumos, como seringas e anestésicos, são conseguidos de forma gratuita, por meio da PUC ou de doações externas. As ações são realizadas em espaços cedidos pelos moradores, geralmente igrejas ou salões socioculturais, que são adaptados e higienizados para as castrações.

Educação

A equipe também realiza um trabalho educacional, informando a população sobre os cuidados específicos com os pets e, quando necessário, coletam amostras do solo para saber qual é o nível de contaminação.

Da esquerda para a direita: Kamilla de Oliveira (médica veterinária convidada para acompanhar o projeto); Andressa Vieira; Cláudia Pimpão; Amanda Prichla; Valéria Teixeira; Lorena Oliveira. Foto: Louize Lazzarim.

“A saúde humana, a saúde animal e a saúde do ambiente estão inter-relacionadas. Se eu só jogo o lixo ali, aquilo volta para mim. Se eu tomar antibiótico e for urinar no mar, o meu metabólito vai estar lá, porque não tem tratamento de esgoto dessa natureza no Brasil; assim, pode ser causada uma resistência aos medicamentos. E está tudo interligado! Se você não cuidar pensando nos três pilares juntos, o problema será ainda maior. Por esse motivo que o barco foi idealizado: a fim de fazermos o manejo populacional de cães e gatos”, finaliza a coordenadora.

 

Por Isabelle Gesualdo e Louize lazzarim, estudantes de Jornalismo da UFPR

Sob orientação de Aline Nunes

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