

“A conscientização da população e dos poderes públicos para combater a Dengue é a medida mais importante para aniquilar a doença”, explicou o professor Mário Navarro do Departamento de Zoologia da UFPR. Segundo ele, agora é o momento de partir para a ação, para o trabalho efetivo nas questões da prevenção e dos cuidados. O professor destacou também que no Paraná, a região oeste é a mais afetada. Sobre o fato, lembrou da situação de alta incidência da Dengue em Paranavaí, observando que a localidade de Palotina está sendo afetada em larga escala, além do litoral paranaense.
Fazendo uma retrospectiva, Navarro disse que desde os anos de 1984/1985 houve um aumento da proliferação do Aedes aegypti e dos casos da doença em todo o estado. O professor acentuou ainda que há quatro tipos de Dengue, os sorotipos 1 – 2 – 3 e 4. “A conjunção de um ou mais tipos é que pode ocasionar a morte”, ressaltou. Voltando ao Paraná, o pesquisador contou que no início foi detectado o tipo 1, seguido do 2, atualmente persistem os tipos 3 e 4, mas os outros não são descartados. “Em Paranavaí, por exemplo, a incidência é do sorotipo 4”.
Complicação ─ Um dos problemas mais graves relacionados ao mosquito é o aumento dos criadouros, além dos já conhecidos e divulgados com frequência. De acordo com o professor, o Aedes aegypti pode igualmente se multiplicar em águas poluídas, represamentos, esgotos e nos armazenamentos de lixo.”No inverno a população do mosquito diminui, uma vez que proliferam mais durante o verão ou em regiões de clima quente”, refletiu Navarro.
História ─ No Paraná, a presença do Aedes aegypti foi detectada já em 1984, no Município de Londrina com larvas sendo encontradas no Cemitério Municipal São Pedro. A partir dos primeiros registros da presença do vetor Aedes aegypti nesta região do estado, o que ocorreu no passar do tempo foi a ampliação da área de proliferação do transmissor com consequente aumento da ocorrência dos casos da dengue, principalmente na porção do estado com temperaturas médias mais elevadas. A ausência de controle do vetor no passado e a ausência de ações ao longo do tempo visando reduzir a oferta de criadouros para o mosquito, projeta para o futuro um cenário de ampliação dos casos da dengue. “Os municípios devem se preocupar em zelar pela saúde ambiental, ou seja, investir na estrutura urbana. Estes investimentos pouparão vidas e sofrimentos, além da drenagem dos recursos para os cuidados de apenas um agravo à saúde concentrado principalmente em um período do ano.
Produto ─ “Não existe uma fórmula mágica que extermine o mosquito além da qualidade sanitária do ambiente”, disse o professor Francisco de Assis Marques do Departamento de Química da UFPR. Por outro lado, o professor explicou que recentemente foi patenteado um novo produto na Universidade que extermina efetivamente a larva. A iniciativa é de um projeto em conjunto com a UFPR e a Universidade Federal de São Carlos (UFSC), ainda está em andamento e que abre uma possibilidade de uso do produto, considerado de pouca toxidade para o ser humano e para os animais aquáticos, ao contrário dos inseticidas que atualmente são utilizados, evidenciou Marques.