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Professor da UFPR alerta para risco de aumento no consumo de carne clandestina após operação da PF

24 março, 2017
12:38
Por
Ciência e Tecnologia

Foto: Samira Chami Neves

O aumento no consumo de carne clandestina é um dos riscos decorrentes da preocupação gerada na população brasileira pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. O alerta é do professor  Carlos Eduardo Rocha Garcia, do Laboratório de Tecnologia de Alimentos do curso de Farmácia da Universidade Federal do Paraná. Para o professor, é preciso conter o tom alarmista na divulgação do assunto e entender os aspectos técnicos que envolvem o processamento de carnes no Brasil.

Garcia cita dados da Associação Brasileira das indústrias Exportadoras de Carne segundo os quais entre 30% e 40% da carne que chega à mesa dos brasileiros vêm do abate ilegal, sem controle sanitário. “É um problema que existe no Brasil há muito tempo, não de forma pontual, mas generalizada, e a preocupação é que isso se intensifique com a desconfiança gerada em relação aos frigoríficos”, afirma o professor, que é doutor em  ciência e tecnologia de alimentos, com ênfase no segmento cárneo, e estuda principalmente aditivos e carnes salgadas.

De acordo com ele, algumas informações estão chegando ao consumidor de forma distorcida. É o caso da suposta utilização de papelão misturado à carne. “Não faz sentido a utilização do papelão, pelo simples motivo de que seria difícil sua transformação”, afirma. O professor Garcia explica que a indústria de embutidos já utiliza amido de milho nas preparações, o que é permitido pela legislação em alguns produtos. “O amido, além de ser de fácil utilização, seria mais barato do que o papelão, demonstrando a incoerência da informação”, explica.

O professor também demonstra preocupação com o uso de aditivos para estender a vida de prateleira dos produtos cárneos, como o uso de ácidos e sorbatos, como divulgado pela mídia. Independente de serem aprovados para outros alimentos, ou mesmo para uso em produtos cárneos, essas substâncias teriam a finalidade de mascarar a validade e aparência na carne fresca, induzindo o consumidor ao erro, ou seja, uma condição que contraria o código de defesa do consumidor e, principalmente, pode comprometer a segurança do produto.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), o rebanho bovino brasileiro é o segundo maior do mundo. O Brasil é também o segundo maior produtor mundial e o maior exportador de carne bovina do planeta. Em relação às carnes de aves, o nosso país também apresenta destaque na produção e exportação, sobretudo, o estado do Paraná.

 

 

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