ufpr_bcopng

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ

Plataformas digitais de trabalho avançam nos setores da saúde e educação

O grupo de pesquisa da Clínica Direito do Trabalho da UFPR que estuda as relações laborais nas plataformas digitais identificou, até o momento, mais de 70 empresas dessa modalidade em operação no Brasil. A primeira constatação que chamou a atenção dos pesquisadores foi o aumento da participação das plataformas digitais de trabalho nos setores de saúde e educação.

Os dados coletados durante o mês de março (confira no gráfico abaixo) comprovam a tendência de expansão da “plataformização” nos dois setores. Entre as empresas-plataforma sediadas no país, o setor de saúde responde por 16% do total; enquanto a educação representa 12%.

Das plataformas de telemedicina analisadas, destacam-se a Amplimed, a Conexa, a iMedicina, a Telemedicina Morsch, a Conecta Médico, a Docway e a Doutor Ao Vivo. Na educação, Profes, Professores de Plantão, Shapp, Learncafe e Preply foram algumas das plataformas estudadas.

Os dois setores somados compõem 28% das plataformas digitais com atuação e sede no Brasil já catalogadas pelo grupo de pesquisa e aproximam-se das áreas de transporte de passageiros e de entregas, que contam com empresas conhecidas, como a Uber e Ifood.

Para Alexandre Pilan Zanoni, doutorando em sociologia pela UFPR e um dos pesquisadores responsáveis pela tabulação e análise dos dados, a explicação da expansão repentina nos setores tem causas múltiplas. A mais perceptível é o contexto da pandemia da Covid-19, que forçou o uso de plataformas de trabalho à distância. Ele observa que nos “Termos de Uso” das plataformas de telemedicina figura a permissão conferida pela portaria nº 467 do Ministério da Saúde, de 20 de março de 2020, a qual “dispõe, em caráter excepcional e temporário, sobre as ações de Telemedicina”. Mas salienta que antes da pandemia já havia a tendência de expansão e de difusão das plataformas digitais de trabalho, que apenas se intensifica com a crise sanitária.

Segundo os pesquisadores da Clínica, os dados geram preocupação com as condições de trabalho configuradas pela crescente economia das plataformas. Uma das hipóteses de pesquisa do grupo refere-se à concentração de poder que as empresas-plataforma têm adquirido em relação aos trabalhadores, os quais se encontram desprotegidos e minimamente organizados para reivindicarem melhores condições de trabalho e direitos.

O projeto de pesquisa e extensão da Clínica Direito do Trabalho da UFPR é coordenado pelo professor doutor Sidnei Machado. Ao longo de 2021, o grupo que reúne pesquisadores de várias áreas vai coletar e analisar dados sobre as plataformas digitais de trabalho em todos os ramos da economia no Brasil. Os resultados obtidos formarão um banco de informações que estará à disposição da comunidade acadêmica, além de contribuírem para o avanço da pesquisa científica em um campo ainda pouco estudado no país.

Por Clínica Direito do Trabalho da UFPR publicado originalmente no dia 29 de março de 2021.

Sugestões

Progepe lança atividade de saúde e longevidade para aposentados
Aposentadoria nunca foi sinônimo de inatividade. Pensando na qualidade de vida dos servidores aposentados,...
Ciência UFPR: Molécula-ímã tem potencial para revelar a bioquímica por trás de doenças
Desenvolvido na UFPR por parceria internacional, magneto molecular Dy(pn)Cl pode ajudar a investigar...
“A SBPC é a marca de que o Brasil acredita e produz ciência da mais alta qualidade”, diz ministra do MCTI
Entre 23 e 29 de julho, aconteceu na Universidade Federal do Paraná (UFPR) a 75ª Reunião Anual da Sociedade...
Série sobre a ciência produzida nas Universidades brasileiras estreia na TV Brasil
A série “Cientistas do Brasil” é uma produção que mostra a ciência produzida por pesquisadores das Instituições...