Segundo estatísticas oficiais, somente no ano de 2008 foram pouco mais de 39 mil mortos, entre 30% e 50% dos acidentes com vítimas estão relacionados ao álcool. As estatísticas de mortalidade refletem os perigos de consumir bebidas alcoólicas antes de conduzir um veículo. No entanto, conforme lembra a pesquisadora, não basta avaliar apenas os números de mortes, mas sim elucidar as causas humanas, enfatizando a percepção dos riscos e seus fatores e, assim, entender a origem das estatísticas. Neste sentido, o objetivo do trabalho foi investigar a percepção e os comportamentos de risco de jovens condutores para uso de álcool e condução.
Participaram da pesquisa 386 estudantes universitários, 55,7% do sexo masculino com idade média de 24,99 anos. Os instrumentos utilizados foram, além de dados sociodemográficos, um questionário sobre comportamento de risco e duas escalas de Percepção de Risco de Beber e Dirigir. Foi realizado o georeferenciamento com os bairros e locais onde os jovens mais costumam sair para se divertir e a região central constitui uma área de risco que merece atenção.
Os resultados mostram que homens e motoristas experientes percebem menos riscos de dirigir sob efeito do álcool, além de se envolverem em mais acidentes e cometerem mais infrações de trânsito. A percepção de riscos, ser do sexo masculino e dirigir há mais do que três anos se mostraram preditores para comportamentos de risco de cometer infrações e se envolver em acidentes. Além disso, a influência do grupo sobre o comportamento do jovem mostrou-se significativa. Os resultados são importantes para o planejamento de políticas públicas que visem a redução do binômio álcool-direção e a promoção de saúde e segurança no trânsito.