Nas noites do dia 13 e 14 de maio o Teatro da Reitoria recebeu, com auditório lotado, o concerto “Classicismo no Velho e Novo Mundo”. Utilizando uma faixa de luto como forma de protesto ao ataque sofrido pelos professores estaduais no dia 29 de abril, os músicos apresentaram peças de quatro compositores do período clássico, que abrange desde a metade do século XVIII até o início do século XIX,
As composições do brasileiro José Maurício Nunes Garcia (1787-1830) e do catalão, radicado no Chile, José de Campdérros (1742-1812) foram selecionadas para representar a música produzida nas Américas naquele período. Da Europa, foram escolhidas peças do austríaco Joseph Haydn e de seu destacado aluno em Viena, o alemão Ludwig van Beethoven (1712-1773).
Espetáculo
Trompetista Jorge Scheffer em execução de Concerto para Trompete e Orquestra de Haydn. foto: Carina Kuretzki
O concerto iniciou com Sinfonia Fúnebre de 1790, de Nunes Garcia, composta provavelmente para um contexto religioso, segundo Harry Crowl, diretor artístico do espetáculo, “está é uma obra de quando o compositor ainda era muito jovem, mas já mostrava uma extraordinária capacidade. A peça é muito sofisticada do ponto de vista harmônico e da própria concepção instrumental”. Crowl explica que neste período a única instituição que oferecia trabalho para músicos profissionais era a Igreja Católica. Nunes Garcia foi um dos principais compositores do Rio de Janeiro no período colonial, tendo composto obras para diversas ocasiões, como para a chegada da família real portuguesa ao Brasil.
Na segunda apresentação o concerto contou com a participação especial do professor Jorge Scheffer, um dos principais trompetistas brasileiros da atualidade, para a execução do Concerto para Trompete e Orquestra de Haydn, considerado um dos principais nomes do período clássico. De acordo com Crowl, este concerto foi uma novidade para a época, pois o trompete tal como o conhecemos havia acabado de ser inventado, com a introdução do mecanismo de válvulas. O compositor austríaco buscava explorar as possibilidades técnicas do novo instrumento.
Em seguida, a orquestra trouxe ao público dois trechos de Missa em Sol Maior de José de Campdérros, que a exemplo de Nunes Garcia, compunha num contexto religioso tendo sido mestre de capela, principal cargo ocupado por músicos na época, das catedrais em Lima e de Santiago do Chile. Foi nesta segunda cidade que desenvolveu a maior parte de sua carreira. A composição contou com a espetacular participação da soprano Helen Tórmina, que encantou o público presente com sua voz. Destaque para o fato de a cantora ter sido agredida pela polícia durante a manifestação na Assembleia Legislativa do Paraná, no dia 29 de abril, e ainda assim ter decidido continuar os ensaios.
O fechamento do concerto trouxe ao público a 1º Sinfonia de Beethoven. Segundo Crowl, o compositor é um verdadeiro revolucionário tendo destaque na transição da música do período clássico para o romantismo do século XIX.
O concerto foi dedicado em memória de Andrade Vieira, pai da violinista da orquestra, Rebeca Vieira, falecido durante os ensaios.
Apoio aos professores
Harry Crowl, em nome da orquestra, ofereceu apoio aos professores do estado explicando o uso das faixas pretas pelos músicos e antes do início do espetáculo foi respeitado um minuto de silêncio em luto pela educação no Paraná.
Música
Trompete solo: Jorge Scheffer
Soprano: Helen Tórmina
Regência: Márcio Steuernagel
Direção Artística: Harry Crowl
reportagem: Rodrigo Choinski, fotografia: Carina Kuretzki
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