O XII Vestibular dos Povos Indígenas realizado pela UFPR foi acompanhado de perto nos dois dias de realização por sete observadores externos. O grupo, formado por representantes das Universidades Federais de Santa Maria, Pelotas e Santa Catarina; do Ministério Público Federal e do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, acompanhou o trabalho das bancas examinadoras e da aplicação das provas do concurso, com vistas a produzir um “Diário do Vestibular”.
A observação externa do processo foi idealizada pela professora Ana Elisa de Castro Freitas, uma das coordenadoras do vestibular indígena na UFPR. O grupo contribuirá com análises sobre as especificidades registradas, como o processo é feito, a dinâmica de funcionamento das bancas. Esse material ajudará a compor o Observatório de Educação Superior de Indígenas nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).
Grupos PET Indígena ─ O Observatório reunirá em um site os materiais representativos das iniciativas desenvolvidas pelas universidades no que se refere à educação superior indígena.Também será composto por trabalhos desenvolvidos no âmbito das universidades, pelos Grupos de Educação Tutorial (PET) envolvidos com a temática indígena. Existem no Brasil 15 Grupos PET na área e no caso da UFPR o Grupo PET Litoral Indígena, também coordenado pela professora, reúne seis acadêmicos de cursos de Curitiba e outros seis do Setor Litoral. Eles são alunos de vários cursos – Pedagogia, Música, Ciências Sociais, Medicina, Engenharia Civil, Gestão Ambiental, entre outros – e trabalham os mais diversos temas que envolvem a realidade indígena e suas perspectivas étnicas.
Auxílio à Lei de Cotas ─ Os estudos e trabalhos desses estudantes integrarão o Observatório que deverá incluir ainda contribuições de outras esferas como o Ministério Público, gestores, pesquisadores e lideranças indígenas. O grande objetivo do Observatório é auxiliar a implantação da política de cotas do Governo Federal instituída pela Lei 12.711/12. Atualmente há universidades com experiência na implantação de cotas indígenas de forma interinstitucional, caso da UFPR e as estaduais paranaenses; há instituições que executam uma política local e há universidades que partirão do “zero”. “O Observatório será um auxílio para as instituições entenderem o que pode representar a lei de cotas”, concluiu Ana Elisa.
Jornalista indígena – O Observatório contará também com as contribuições do primeiro jornalista indígena, Osias Ramos Arnald Sampaio formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. Osias participou do XII Vestibular entrevistando os candidatos sobre suas escolhas e expectativas. “Observei que as escolhas dos candidatos estão mais criteriosas do que antigamente. A maioria tem planos, sabem por que querem fazer determinado curso”, disse ele, que ingressou no III Vestibular dos Povos Indígenas, no ano de 2006. Osias é um índio urbano e sua família da Terra Indígena Laranjinha, Santa Amélia, Norte do Paraná. Descendente da etnia Guarani/Nhandéva, Osias acredita que o indígena precisa valorizar a educação superior como oportunidade não apenas para a formação profissional dos cidadãos indígenas mas igualmente para o desenvolvimento e a valorização da cultura indígena.
Fonte: Prograd
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