

Professora há 13 anos, Camila Camargo sempre procurou não deixar suas disciplinas caírem na rotina. Algumas situações do cotidiano da sala de aula desencadearam um processo de questionamento e reflexão:
“Como professora tem coisas que sempre me incomodaram, que também incomodam os estudantes e outros professores. E durante esse período nós lidamos com essas situações e problemas, mas não paramos para pensar em soluções”. Foi com base nesse pensamento que Camila iniciou um movimento, hoje projeto de Extensão, chamado Liga de Cocriação.
O nome, autoexplicativo, reflete bem o objetivo do projeto, que é “promover maior engajamento e colaboração entre professores e estudantes do curso de Administração da UFPR”. Para que isso ocorra o grupo faz uso do Design Thinking, uma metodologia de imersão no problema em suas diferentes dimensões, ideação e prototipagem de possíveis soluções com a intenção de criar estratégias que ajudem na resolução da situação problematizada.
Dessa forma a Liga pretende, em conjunto com a comunidade acadêmica, agir em relação às reflexões e questionamentos que permeiam suas carreiras, a de professores e de muitos estudantes.
Resultados que a Liga de Cocriação busca
Como resultado desse exercício de pensamento e criação coletiva a Liga de Cocriação quer dar mais voz e autonomia aos discentes do curso, para que eles sejam capazes de agir proativa e colaborativamente em sala de aula, participar de forma mais consciente das decisões que os afetam dentro do Departamento da Administração Geral e Aplicada, e fazerem propostas que possam gerar novos projetos de pesquisa, de extensão, eventos e práticas dentro do departamento.
Além disso, o projeto quer “estimular os professores a repensarem suas práticas docentes, suas metodologias de ensino e a relação entre suas propostas de trabalho e as expectativas dos alunos do curso” – conclui Camila.
Hoje o projeto está voltado especificamente para o universo do curso de Administração, mas Camila vê a possibilidade de mais tarde expandir a ação para outros cursos, já que a realidade enfrentada em sala de aula é comum a todas as graduações da instituição.
Ana Julia Harada Carvalho, estudante do 5° período de Administração é uma das participantes da Liga e conta que gostou muito da iniciativa, porque o projeto dá voz tanto ao professor quanto ao estudante.
“Gostei da ideia assim que a professora Camila compartilhou com a gente. Eu, por exemplo, sou muito tímida e me sinto pressionada por não falar na aula tradicional. Como eu poderia participar mais? Há outras maneiras que me deixam mais à vontade e a Liga ajuda a discutir esses temas”.