Foi lançada nesta terça-feira (27) a rede de coletivos Democracia em Saia Justa, que reúne uma série de organizações formadas por mulheres. Formada com o propósito de ampliar a visibilidade dos grupos e das discussões sobre temas relacionados à mulher, a rede foi lançada durante o I Encontro de Pesquisa por/de/sobre Mulheres, que acontece na UFPR.
“A ideia é fazer com que a participação da mulher se torne natural na sociedade a partir de várias estratégias”, conta a professora Eneida Desiree Salgado, da UFPR, que é uma das idealizadoras da rede. Inicialmente, farão parte da rede os grupos Visibilidade Feminina, Política por/de/para Mulheres e A Fala no Lugar do Falo (blog que dá voz ao gênero feminino). “Teremos uma página no Facebook chamada Demsa, um canal no YouTube e podcasts, que serão os meios para discutir várias questões a respeito da mulher”, informa Eneida.
Política e democracia
A rede foi lançada durante uma mesa redonda com o mesmo nome – Democracia em Saia Justa -, que reuniu debatedoras de diversos lugares do Brasil para falar sobre política, democracia e sobre a inserção da mulher nessas áreas. De acordo com Polianna Pereira dos Santos (UFMG), debater a democracia é especialmente necessário em momentos de crise como o atual. “Estamos passando por um período de crise institucional, política e de confiança. O princípio da confiança é uma das bases da democracia, então quando ele sofre baques acaba por afetar esse sistema, que ainda é tão recente no Brasil”, disse.
Polianna direcionou sua fala para a temática da qualidade do voto e da democracia e distorções do sistema proporcional brasileiro.“Sem desresponsabilizar o eleitor, precisamos saber o limite dessa responsabilização, ou seja, até que ponto o eleitor tem condições de fato de interferir e direcionar sua vontade por meio do voto. Tenho sérias dúvidas sobre essa liberdade e autonomia do eleitor por conta do moldes de votação que temos hoje, no sistema proporcional”,afirmou.
Polianna Pereira dos Santos falou sobre qualidade do voto e da democracia e distorções do sistema proporcional brasileiro. Foto: Marcos Solivan
Juliana Rodrigues Freitas (Centro Universitário do Pará-Cesupa) abordou a representatividade feminina na política repercutindo sobre a (i)legitimidade democrática da lei de cotas de gênero no âmbito eleitoral. Segundo Juliana, só existirá de fato democracia no país se as minorias se fizerem representar nas Casas Legislativas. “Para que haja igualdade de gênero, é preciso que sejam criadas estratégias como os sistemas de cotas. Porém, os atuais sistemas não integram a mulher na política, na verdade são muito mais excludentes do que inclusivos”, explica a professora, que fez ainda uma relação entre o percentual mínimo de gênero no registro de candidatura e o percentual de fundo partidário destinado à campanha das mulheres.
Participaram também da mesa as debatedoras Eneida Desiree Salgado (UFPR), Roberta Maia Gresta (Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG e Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais-PUC/MG), Júlia Rocha de Barcelos (UFMG) e Paula Regina Bernardelli (Instituto dos Advogados de São Paulo-Iasp).
De acordo com Eneida Desiree Salgado, uma das organizadoras do Encontro, a proposta do evento é trazer mais visibilidade às mulheres na academia brasileira. “Queremos mostrar que existem pesquisas acadêmicas feitas por mulheres em temas que não são só sobre mulheres e que elas merecem esse espaço porque têm qualidade na produção acadêmica”, diz.
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