Uma exposição traz as histórias do Projeto “Além das Barras” para o Museu Oscar Niemeyer, a iniciativa reúne histórias de mulheres que venceram o câncer de mama e mostra a importância das doações para o setor que trata da doença no Hospital das Clínicas (HC). Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no site http://www.alemdasbarras.org.br/.


O nome da ação faz referência às barras dos boletos por meio dos quais os doadores auxiliam a complementar o orçamento do Setor de Câncer de Mama do HC, que tem sido insuficiente para manter o tratamento destas pacientes. O projeto pretende aproximar aqueles que fazem as doações das histórias de superação que as doações ajudam a proporcionar.
“Doações costumam ser realizadas através de boletos. Mas boletos não falam. Boletos não contam histórias. Eles não aproximam quem doa de quem recebe a ajuda. Por isso, o projeto Além das Barras transformou os boletos de doação do HC em relatos de quem venceu o câncer de mama. São dez mulheres. Dez histórias. Dez vidas que foram salvas, em um ensaio fotográfico carregado de verdade e inspiração” explica o texto de apresentação do projeto.
Confira alguns depoimentos:


“Meu nome é Cristina e eu sou avó. Vivi os primeiros cinco anos da minha neta sendo uma avó como tantas outras: saudável, disposta, com energia para contar histórias, inventar brincadeiras e levá-la em passeios. Mas os cinco seguintes foram de luta. Uma luta que, apesar de ter me tirado muitos desses momentos de avó (tive medo de que meu cabelo caísse durante a festinha de aniversário, por exemplo), também me motivou a vencer. Cinco anos de alegria. Cinco anos de luta. Dez anos que me transformaram. ”


“Meu nome é Thalita e eu sou uma exceção. Eu não estou no grupo de risco. Venci o câncer aos 24 anos. Eu assumia que, pela minha idade, não precisava me preocupar. Mas aí precisei assumir várias outras coisas. Assumi a doença. Assumi minha careca. Assumi minha batalha. Assumi minha força. Assumi que podia vencer. E quem diria? Assumi tantas coisas, tão nova. E acertei.”


“Meu nome é Liz e eu me conheço. Aos 36 anos percebi que algo não estava certo. Uma dor me levou a procurar os médicos, mesmo não estando no grupo de risco. Depois de muitos exames, descobriram o câncer.O tratamento e a cirurgia foram difíceis, mais para a cabeça do que para o corpo. Mas também me tornaram forte e me fizeram buscar alternativas para resgatar minha autoestima: criei algumas roupas específicas e um sutiã especial para mulheres que passaram por mastectomia como eu. E ainda os levarei para todas que vivem a minha luta.Hoje, tenho uma vida normal, produtiva e feliz. Danço, pinto, escrevo poesias e vivo cada dia como um milagre divino.”