O local de estudo, na entrada do Rio Belém no Parque São Lourenço.
Uma equipe da UFPR fez um projeto de recuperação das margens do lago do Parque São Lourenço, em Curitiba, a partir do conceito de Engenharia Natural, com técnicas inovadoras que utilizam plantas para alcançar uma solução mais barata e ecologicamente correta. O projeto será apresentado em breve à prefeitura da cidade.
A Engenharia Natural, ou Bioengenharia de Solos, usa plantas como materiais de construção – e não apenas como ornamentos – para estabilizar sistemas naturais de áreas de conservação, causando menos impacto ambiental e se integrando melhor ao ambiente.
O professor Elvidio Gavassoni, de Engenharia Civil, explica que as margens do lago do Parque São Lourenço sofrem erosão e deslizamento, e com isso, a vegetação do entorno pode ser levada embora. Esses processos podem resultar em diminuição do espaço de uso da pista de corrida que fica ao lado do lago, além de impactos visuais e ambientais.
Gavassoni diz que o Parque São Lourenço tem três objetivos principais: “conter as cheias do Rio Belém, servir como espaço de lazer e como área de preservação urbana”. O problema das margens do lago acaba por impactar essas três funções.
A primeira vantagem da técnica é o seu aspecto estético – por ser natural, a obra parece invisível. Além disso, as plantas e materiais integrados à natureza se autorregeneram, diminuindo os custos de manutenção. De acordo com Gavassoni, a engenharia natural tem “mais chances de sucesso, mais chances de ser integrada, mais chances de resolver o problema e custo inicial mais barato do que o da engenharia tradicional”.
No entanto, o professor ressalta que a abordagem tem suas limitações, e que se torna vantajosa em projetos de menor escala.
A Engenharia Natural foi usada por muitos séculos em países da Europa Central, mas foi sendo esquecida com o desenvolvimento da industrialização. A partir do fim da Segunda Guerra Mundial, essa abordagem começa a ser resgatada pela engenharia, e passa a ser vista como ciência, e não mais como conhecimento empírico.
No Brasil, esse trabalho é pioneiro na aplicação de técnicas da Engenharia Natural para estabilização de unidades de conservação.
Os autores do estudo afirmam que desde a criação do Parque São Lourenço, na década de 1970, o local teve diversos problemas de instabilização, principalmente nas margens do lago. O artigo diz ainda que, nesse período, o problema demandou ações do poder público que “constantemente mostraram-se ineficazes na estabilização das margens”.
Interdisciplinaridade
O projeto foi uma iniciativa dos alunos. Lucas Ghion Zorzan, estudante do 7o período do curso de Engenharia Civil, diz que o interesse surgiu ao conhecer as pesquisas do professor Gavassoni. A equipe conta com a participação do professor Vítor Faro, de Engenharia Civil, de dois alunos de graduação e recebe apoio de outros colegas, orientandos de Gavassoni.
Para Lucas, um aspecto interessante do trabalho é o seu caráter interdisciplinar. “Várias áreas estão envolvidas, algumas delas são áreas com as quais os engenheiros civis não trabalham normalmente, como a botânica, a química e a fertilização, além de outras áreas da engenharia, como hidráulica”, diz.
Os resultados do estudo foram apresentados no XVIII Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, em outubro passado, em Belo Horizonte.
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