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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


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Em parceria com o Mapa, UFPR monitora agrotóxicos falsos

A Rede de Pesquisas em Matologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) colaborou com a apreensão de 39 mil litros de agrotóxicos ilegais no porto de Itapoá, Santa Catarina, no início do mês de julho. A ação, realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal (PRF), identificou a ilegalidade dos produtos por meio do projeto Sistema de Triagem Rápida de Agrotóxicos e Resíduos (Sitrar), do qual a UFPR é parceira desde o início, em 2021. 

De acordo com o coordenador da Rede de Pesquisas em Matologia, professor Arthur Barroso, a análise dos agrotóxicos é feita por meio de espectrômetros portáteis, com tecnologia de espectroscopia no infravermelho com transformador de Fourier (FTIR), que em poucos minutos identifica a composição de amostras. 

O espectrômetro portátil foi utilizado para analisar os agrotóxicos de origem suspeita. Foto: Divulgação

“Os agrotóxicos podem estar sendo transportados com indicação falsa, como foi o caso da apreensão que constatou produtos verdadeiros sem identificação e não liberados para a utilização no Brasil. Mas também podem ser identificadas misturas ou diluições entre produtos”, explica Barroso.  

Atualmente, a parceria entre UFPR, Mapa e demais instituições envolvidas está construindo uma biblioteca com as moléculas de agrotóxicos presentes no Brasil, que podem ser comparadas com amostras apreendidas em operações rotineiras de identificação em portos, rodovias ou identificadas a partir de denúncias. 

O professor revela que é muito difícil identificar uma molécula. “O grande diferencial deste projeto, com a utilização dos espectrômetros portáteis, é permitir que os órgãos otimizem seus recursos, uma vez que, a partir dessa metodologia, são enviadas aos laboratórios apenas as amostras potencialmente em desacordo com as recomendações legais”. 

Esta foi a primeira vez, neste tipo de operação, em que o equipamento foi utilizado. Depois de poucos minutos da análise, foi possível obter resultado preliminar sobre as amostras de agrotóxicos com origem suspeita. Participam do projeto vários agentes públicos e privados, como Ministério Público, Embrapa, Adapar e empresas do Setor. 

Agrotóxicos apreendidos. Foto: Divulgação

Apreensão 

Ao todo, foram apreendidos 20 mil litros de paraquate e 19 mil litros do agrotóxico contendo endossulfam acondicionados em contêineres e disfarçados como outra mercadoria importada. Essa foi uma das maiores apreensões já realizadas no Brasil por via marítima, que não é uma rota comum neste tipo de ilegalidade. O valor aproximado dos produtos apreendidos soma R$ 4 milhões. 

O paraquate foi proibido no Brasil em setembro de 2020 e o endossulfam em agosto de 2014. “O herbicida paraquat foi banido por apresentar associação, após exposição crônica, ao desenvolvimento da doença de Parkinson e à mutagenecidade (potencial de uma substância causar mutações que podem ser transmitidas, via células germinativas, para as gerações futuras ou evoluir e causar câncer) nos trabalhadores que manipulam o agrotóxico. O endosulfan foi proibido pela sua toxicidade. Ambos continuam sendo opções de manejo de plantas daninhas resistentes e da broca-do-café, respectivamente, por isso o contrabando”, esclarece Barroso. 

Segundo o professor, além da questão ligada à saúde, os agrotóxicos falsificados podem não ter a ação esperada na sua utilização. “Isso fará com que o controle de pragas não funcione ou, ainda, estimule o desenvolvimento e a aceleração de pragas resistentes aos agrotóxicos. Muitas vezes, a utilização de agrotóxicos falsos acaba se apresentando como uma errônea economia ao agricultor”. 

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