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Egressos de Arquitetura e Urbanismo vencem premiação internacional de melhor nova edificação do mundo

Dois egressos da Universidade Federal do Paraná, proprietários do escritório Aleph Zero, venceram o prêmio internacional de Arquitetura no Reino Unido, do Royal Institute of British Architects (Riba, na sigla em inglês), em duas categorias. Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes receberam a premiação de “Melhores Novas Edificações do Mundo” e o Aleph Zero foi reconhecido como escritório emergente de 2018 – prêmio para profissionais com até 10 anos de prática.

A dupla iniciou a parceria ainda durante a graduação. “Eu me formei em 2010 e o Pedro em 2011. Foi na UFPR, por meio dessa possibilidade de estar com a tutoria dos professores e a liberdade de buscar nosso caminho próprio, que começamos a entender como trabalhar juntos e criar nosso escritório”, conta Gustavo. Há três anos, os arquitetos atuam em São Paulo.

Pedro Duschenes e Gustavo Utrabo. Divulgação: Aleph Zero.

O projeto premiado como a melhor nova edificação do mundo é a moradia infantil de uma escola rural, localizada em Formoso do Araguaia, no estado do Tocantins. Foram 12 meses de trabalho para a elaboração do projeto e 14 meses de obras, no espaço que oferece acomodação para 540 estudantes da Fazenda Canuanã.

O olhar sensível para o lugar é um dos aspectos apontados como diferencial da dupla. “A partir do contexto começamos a desenvolver o trabalho. Parece algo simples, mas requer rigor e também o fato de estar aberto a essa situação. Nossa resposta foi muito pautada no que é a arquitetura brasileira, com outro olhar, entendendo os materiais de outra forma”, avalia Gustavo.

De acordo com Utrabo, a arquitetura é uma visão crítica de mundo materializada através dos elementos necessários e, para compreender isso, é preciso ter acesso à cultura e à educação.

“A UFPR teve um papel fundamental de ferramenta crítica e entendimento de mundo em constante mudança. Sou muito agradecido e estamos contentes de compartilhar essa conquista que é o reflexo da educação que tivemos. No discurso do RIBA, dissemos que o prêmio é de todos os mestres que nos ensinaram e todos amigos que fizeram parte dessa formação intelectual de mundo”, conclui o arquiteto.

Moradias Infantis

“Imagine você com sete anos ter que morar longe dos pais para estudar. Essa é a única possibilidade que aquelas crianças têm de futuro”, é com esse exemplo que Gustavo descreve o contexto social no qual o projeto está inserido.

A escola rural é mantida há quase 45 anos pela Fundação Bradesco. O espaço acolhe 840 crianças e adolescentes entre 7 e 18 anos; a moradia infantil projetada pela dupla é destinada aos estudantes mais velhos, com idade entre 13 e 18 anos.

O fator decisivo para muitas escolhas do projeto foi a distância – mais de 1.500 km de São Paulo/SP. Utrabo conta que uma carreta demora, em média, uma semana para chegar ao local e o peso também influencia no custo do frete. Com isso, a estrutura de madeira foi considerada fundamental, tanto por ser um material abundante na região, como pela possibilidade de criação.

A dupla também optou por priorizar peças pré-fabricadas para a obra, conforme a possibilidade de levá-las. O material considerado mais custoso para o transporte eram os tijolos. “Pelo custo, decidimos produzir os tijolos no local. O projeto mistura técnicas avançadas de madeira e outras simples, como o tijolo que pode ser produzido no quintal de casa”.

A obra foi entregue em 2017 e, recentemente, os arquitetos receberam a notícia de que os alunos tiveram o melhor desempenho e índice de aprovação em vestibulares de todos os anos. “Toda essa arquitetura é para isso: oferecer uma melhor condição de vida”, diz.

Outro desdobramento do projeto é o que Gustavo chama de “desenho de uma sombra generosa”, já que a obra é composta por uma série de varandas sem função específica. “Para um local com a temperatura de 40 graus, isso traz uma riqueza de possibilidades. Quem brincava debaixo do sol, agora, pode brincar na sombra com uma qualidade melhor. Esse espaço generoso traz maior conforto”.

Na última visita à escola, Utrabo encontrou um grupo de 50 meninas que utiliza a área para a prática de Pilates. “Elas não tinham contato com esse tipo de exercício, mas entraram na internet, entenderam que traz benefícios e procuraram um professor da escola, que fez um curso e agora dá aula de Pilates para as meninas”, relata. “O espaço, além de criar os dormitórios e melhorar o desempenho escolar, possibilita o usufruto da vida e mostra que o aprendizado é o dia a dia. Estamos felizes com o resultado prático da obra”.

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