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Dia Mundial de Combate ao Câncer: Com visitas domiciliares, projeto da UFPR aposta no diagnóstico precoce do câncer de boca

08 abril, 2016
13:57
Por mauro1
UFPR
Allana examina um dos pacientes do projeto. Imagem: Arquivo pessoal

Allana examina um dos pacientes do projeto. Imagem: Arquivo pessoal

Neste 8 de abril é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), todos os anos mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença – e 8 milhões morrem. No Brasil, o instituto estima 596 mil novos casos de câncer em 2016, destes 15.490 devem ser câncer de boca – 11.140 homens e 4.350 mulheres. Para tentar frear estes números, acelerando o diagnóstico, há quase um ano estudantes da Universidade Federal do Paraná usam visitas domiciliares para prevenir o câncer bucal.

A iniciativa faz parte da pesquisa de mestrado de Allana Pivovar, sob a orientação do professor Cassius Carvalho Torres Pereira, do Programa de Pós-Graduação em Odontologia (PPG-Odonto) da UFPR, e se tornou um projeto de extensão envolvendo estudantes da graduação em Odontologia da UFPR e de outras universidades. O objetivo da Campanha de Rastreamento Ativo do Câncer de Boca era visitar todos os 981 homens entre 50 e 65 anos cadastrados no território da Unidade de Saúde Trindade II, no bairro Cajuru, em Curitiba.

Imagem: Arquivo pessoal

Imagem: Arquivo pessoal

“Nós identificamos que para vários tipos de câncer existem abordagens preventivas bem estabelecidas, com protocolos bem rigorosos. Por exemplo, tumores de mama e de colo do útero nas mulheres e na próstata nos homens têm guias de conduta que são bem semelhantes no mundo todo”, conta Pereira. “E o câncer da boca, ou da região da cabeça e pescoço, se formos pensar mais amplamente, sofre um pouco pela ausência de critérios preventivos mais claros que possam ser seguidos pelos profissionais”.

Segundo o pesquisador, basta um exame visual e de toque para identificar lesões que possam apresentar riscos aos pacientes. “É muito mais acessível quando comparado com outros exames como a mamografia, que exige equipamentos, aumentando seu custo”. Já que as feridas não causam muita dor, os pacientes com câncer de boca acabam chegando até o atendimento de saúde com a doença já em estágios avançados, o tratamento precisa ser mais agressivo e a sobrevida das pessoas piora.

Por isso, começa a crescer a cultura de buscar os pacientes, especialmente nos casos em que já exista um histórico de saúde ou comportamental prejudicial – como o tabagismo, que agrava muito os riscos do câncer de boca. “Além do Brasil ter índices de ocorrência [da doença] maiores do que outros países, o sul do Brasil também se destaca em relação ao restante do país, por ter maiores índices de tabagismo”, aponta a mestranda.

“A nossa hipótese era que por conta do atraso [em buscar ajuda médica], dos sintomas muito tardios e da dificuldade do profissional (médico ou dentista) de ter o olhar direcionado para o exame da boca, ir até a casa das pessoas em faixa de risco poderia representar chances de encontrar as lesões mais cedo, e, por consequência, começar o tratamento mais cedo”, diz o professor.

A campanha

Envolvendo a formação dos participantes, a prestação de serviços à comunidade e o desenvolvimento de um método que possa ser usado em grande escala pelo Sistema Único de Saúde, o projeto abrange ensino, pesquisa e extensão. Na primeira etapa, o público-alvo – homens entre 50 e 65 anos, fumantes e ex-fumantes – foi selecionado dentro da população escolhida para o estudo. Estes passaram, então, por exames mais aprofundados e aqueles que apresentaram lesões foram encaminhados para uma biópsia.

Dentre os 180 fumantes que fizeram o exame, foram encontradas 57 lesões suspeitas, ou seja, 31% dos avaliados. “Em outros artigos e propostas de rastreamento, esse número fica em torno de 3 a 4%. Ou seja, esse valor altíssimo é porque a gente está sabendo buscar onde os casos realmente estão”, explica Allana.

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