

Os alunos do curso de Tecnologia em Luteria, do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR, trabalharão este ano com um material atípico. Trata-se de um órgão eletromecânico doado recentemente pelos Irmãos Redendoristas. O instrumento, um Hammond RT-3, pertencia à Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde estava sem uso há cerca de dez anos.
O modelo chama a atenção por representar uma tecnologia de transição entre os órgãos que produzem som através de tubos e os órgãos digitais, que, ao ter uma tecla pressionada, reproduzem sons gravados em um banco de dados. “A tecnologia foi desenvolvida diante da necessidade de reduzir o tamanho dos órgãos, para caber em espaços limitados”, diz o professor do curso Aloísio Schmid. O instrumento doado à UFPR foi construído na década de 1960.
O órgão Hammond é eletrônico como os digitais, mas seu som é produzido de forma analógica, por um motor bastante preciso e um sistema de engrenagens que faz com que discos magnéticos (um para cada tecla do instrumento) girem a diferentes velocidades angulares. Próximos a captadores magnéticos, os discos geram um sinal elétrico que é transformado posteriormente em som. “Discos que giram em diferentes velocidades angulares produzem diferentes frequências, o que resulta nas diferentes notas musicais”, explica Thiago Corrêa de Freitas, vice-coordenador do curso de Tecnologia em Luteria.
Fabricado entre 1955 e 1973 nos Estados Unidos, o Hammond RT-3 foi muito usado em igrejas, mas acabou adotado também por bandas de jazz, blues e rock – The Doors e Deep Purple foram algumas das que utilizaram o instrumento em suas músicas. O exemplar da UFPR passará por uma restauração, com a participação de estudantes do curso, ao longo do ano de 2014. Ao fim do processo, será mantido no Museu dos Instrumentos Musicais da UFPR.
Célio Yano