Dificuldade em conversar com estudantes e pouco tempo para a realização da pesquisa impossibilitou delinear com precisão este perfil. Em encontro nacional, os estudantes apontaram a possibilidade de mudar a metodologia da pesquisa para atingir o objetivo.
Quando os 25 estudantes que formam o grupo Conexão dos Saberes da UFPR receberam a missão de desenvolver uma pesquisa para determinar o perfil dos alunos da graduação da UFPR não imaginavam as dificuldades que encontrariam: salas de aula com poucos estudantes, estudantes de último ano com atividades externas e ainda alunos que se recusaram a responder a pesquisa. Resultado: dos 20.812 estudantes matriculados, apenas 6.546 participaram e inviabilizaram o estudo censitário.
O objetivo do grupo que se dividiu pelos campi era detectar o número de alunos pertencentes ao grupo de origem popular, estudantes pobres, sem condições de pagar por um curso superior. E o que se verificou, dentro da amostra pesquisada, é que eles eram apenas 10% dos pesquisados e a maioria (40,5%) estuda em cursos do Setor de Ciências Sociais Aplicadas, porque as aulas são noturnas. Houve uma boa adesão também no curso de Pedagogia: 709 estudantes responderam ao questionário. “Estudante de origem popular precisa trabalhar e, por isso, acaba optando por áreas que oferecem opções no período da noite”, explicou a professora Mirian Angelucci, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e que coordenou a pesquisa. “Entre os pesquisados 89,09% são alunos de classe média e cujos pais tem curso superior completo.”
Origem popular – De acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Educação, pertence ao grupo de origem popular o estudante cuja renda familiar é igual ou menor a três salários mínimos, tem pais com escolaridade igual ou inferior ao ensino fundamental e que mora em favelas, loteamento irregular, loteamento popular, periferia ou conjunto habitacional popular. A pesquisa foi realizada simultaneamente em várias universidades e o objetivo central era desenvolver sugestões para democratizar o acesso ao ensino superior público, além das cotas que já são realidade nos concursos de ingresso na UFPR.
Num encontro realizado em novembro com bolsistas do Projeto Conexão dos Saberes de todo País, “percebemos que a pesquisa ‘Universidade Pública: reconhecendo as diferenças’ não atingiu complemente os objetivos em nenhuma instituição,” lembra a coordenadora. Por isso, o grupo está sugerindo novas pesquisas e com maior prazo para a realização. A atual teve apenas um mês para ser efetivada. Os estudantes também estão propostos a mudar a metodologia para alcançar a totalidade dos estudantes.
As perguntas – A pesquisa tinha 16 questões que abordavam sobre as condições sociais e financeiras dos estudantes. Eles deveriam responder perguntas sobre a escolaridade do pai e da mãe, o estabelecimento onde cursaram o ensino médio, o tipo de moradia, a renda média da mãe e do pai, se possuem renda própria, em que ano ingressaram na universidade, além de questões pessoais.
No relatório de conclusões, com base no universo pesquisado, os estudantes apontam que apesar da UFPR ter implantado em 2005 as políticas afirmativas de acesso ao ensino superior, o número de estudantes de origem popular EOP ainda é muito pequeno e além de novas pesquisas será necessária complementação com outras políticas para melhor atender as necessidades dos alunos. Os 25 alunos responsáveis pela pesquisa pertencem ao grupo de origem popular e recebem bolsa auxílio na UFPR. O programa nacional nasceu no Rio de Janeiro, região de muitas favelas, com a finalidade de oportunizar o acesso dessa população ao ensino superior.
Foto(s) relacionada(s):
Link(s) relacionado(s):
Fonte: ACS
Já está disponível a avaliação de cursos e disciplinas do segundo semestre do ano letivo de 2024. Alunos […]
Pesquisadores do Núcleo de Fixação Biológica de Nitrogênio da UFPR trabalharam décadas para criar inoculante que alavanca produção na agricultura.
A exposição “Nhande Mbya Reko: Nosso Jeito de Ser Guarani”, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade […]
O Centro de Estações Experimentais – Fazenda Canguiri da Universidade Federal do Paraná (UFPR) recebeu doze novos equipamentos […]