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Começa na próxima quarta-feira o 13º EVINCI

04 outubro, 2005
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Os efeitos do veneno da aranha–marrom; as adaptações dos peixes antárticos às águas de degelo; o setor de turismo e a gestão de pessoas nas empresas hoteleiras; a cultura política dos alunos da universidade; a agricultura familiar e a nutrição das populações urbanas de baixa renda; os programas sociais de saúde e bem-estar e até mesmo o impacto ambiental sonoro com o processo de urbanização da BR-116 estarão em exposição na Universidade Federal do Paraná de 5 a 7 de outubro. Durante os três dias, serão apresentados no “EVINCI – Evento de Iniciação Científica” aberto para toda a comunidade, 929 estudos científicos dos alunos dos cursos de Graduação, ou seja, tudo aquilo que é produzido em termos de pesquisa nos diferentes campi da universidade.

“O estudante que faz pesquisa está mais preparado para resolver os problemas da vida prática”, explica o professor Nivaldo Rizzi pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFPR. “O mercado hoje exige profissionais que tenham criatividade e capacidade para resolver problemas e o ambiente de pesquisa torna os alunos mais pragmáticos. Queremos mostrar todo esse conhecimento que é produzido aqui não apenas para a comunidade universitária, mas também para quem sempre quis saber sobre a pesquisa na Federal.”

Durante o evento, em vários pontos do campus Jardim Botânico, serão realizadas palestras, apresentações orais, mesas-redondas, debates, além da apresentação dos trabalhos no sistema de painéis. Nesses últimos, os participantes e visitantes do 13º EVINCI poderão ter acesso aos resumos dos projetos de pesquisa, além de conversar com os jovens pesquisadores.

Pesquisando – Estudante do oitavo período do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, Pércio Pereira Ferrer dedica boa parte de seu tempo ao trabalho no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular, fazendo pesquisas referentes ao proteoma (conjunto de proteínas expressas por um genoma) da bactéria Herbaspirillum seropedicae. Devido a sua capacidade de fixar nitrogênio, essa bactéria vem sendo objeto de muitos estudos no laboratório, e poderá revolucionar a produtividade de várias culturas agrícolas. “A Iniciação Científica é uma grande oportunidade que o graduando tem de conhecer e participar de uma pesquisa científica”, comenta. “Ela nos motiva a aprofundar os estudos e possibilita a fixação e contextualização do conhecimento através das práticas do projeto de pesquisa.”

Para a estudante Karin Elbers, que cursa o último ano de Oceanografia e é aluna do Programa de Iniciação Científica desde 2002, as atividades desenvolvidas em cada etapa de trabalho – do levantamento bibliográfico, a descrição dos métodos e processos científicos, até a análise dos dados e elaboração dos relatórios técnicos – exige dedicação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos durante a graduação. Para ela, participar das discussões no grupo de pesquisa ajuda a desenvolver um espírito mais crítico. “Nesse período adquiri conhecimentos sobre o processo científico dentro do laboratório em que trabalho e tive a oportunidade de colocá-los em prática”, explica.

A pesquisa de Karin é sobre as estratégias reprodutivas dos invertebrados marinhos bênticos (moluscos, estrelas e ouriços-do-mar, que vivem no fundo do oceano) da Baía de Almirantado na Antártica. “O projeto visa compreender melhor a estrutura do ecossistema da região, analisando diversos aspectos da reprodução destes organismos”, diz a estudante ao explicar que o subprojeto faz parte do Programa Antártico Brasileiro. Os organismos são coletados na Baía do Almirantado – local em que se encontra a Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz – e são analisados no Centro de Estudos do Mar da UFPR.

Como funciona a Iniciação Científica

A Iniciação Científica é uma das melhores formas de complementar a formação teórica da sala de aula com estudos nos ambientes de pesquisa e, na UFPR, os estudantes de qualquer área podem ingressar nesse mundo desde o primeiro ano da graduação.

Todos os anos a PRPPG – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação disponibiliza o edital para selecionar alunos interessados e seus respectivos professores orientadores para o desenvolvimento de projetos de pesquisa. É essa produção – resumindo um ano de trabalho – que será apresentada no EVINCI.

Muitos alunos podem contar com bolsas de estudo financiadas por fontes como o PIBIC – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica/CNPq, que oferta 264 bolsas; a Fundação Araucária, com 21; e Recursos da UFPR/Tesouro Nacional, com outras 130. A falta de bolsa de estudo não impede, porém, que muitos estudantes realizem suas pesquisas: há muitos que fazem seus trabalhos de forma voluntária. Neste último ano, 184 alunos participaram dessa modalidade.

Independentemente de receber bolsas de estudo ou não, todos os pesquisadores têm de apresentar os resultados dos trabalhos aos avaliadores do comitê externo do CNPq. Os consultores externos avaliam o edital do Evento, a apresentação dos estudantes, a qualidade dos relatórios produzidos e ainda a participação do orientador.

“A Iniciação Científica na graduação é a oportunidade que os alunos têm de pesquisar com os professores orientadores inseridos em projetos de pesquisa cadastrados na Universidade”, explica a professora Mariléia Scartezini, coordenadora de Iniciação Científica e Integração Acadêmica. “É também um caminho para o ingresso na pós-graduação com o aprofundamento da pesquisa durante os cursos de mestrado e doutorado.”

Mestrandos e Doutorandos – “Trabalhar com pesquisa foi o melhor investimento que fiz durante a minha graduação”, diz Ana Paula Viezzer, hoje mestranda em Educação. Ela começou participando do Projeto Criança quando estava no segundo ano da graduação em Psicologia e hoje, com a mesma professora orientadora, aprofunda o tema no Mestrado. “A Iniciação Científica foi essencial para a minha formação”, garante.
Opinião compartilhada pela doutoranda em Biologia Celular Kátia Paludo. “A Iniciação Científica é uma saída interessante e inteligente para a maioria dos estudantes que ficam tempo integral na universidade e por isso não podem estagiar ou trabalhar fora dela.”

Informações adicionais sobre o 13º EVINCI podem ser obtidas com a professora Mariléia Scartezini, coordenadora de Iniciação Científica e Integração Acadêmica, pelos telefones 3360-5337, 3360-5333 ou 3360-5405.

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12º EVINCI
Foto: Arquivo

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Fonte: Vivian de Albuquerque

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