Duas centenas. Esse é o número de pessoas que voltaram a enxergar, por meio de transplante de córnea realizado no Complexo do Hospital de Clínicas da UFPR/Ebserh, nos últimos 5 anos. Pacientes que foram atendidos no Centro de Referência em Oftalmologia do CHC-UFPR/Ebserh, que é credenciado – há mais de 15 anos – junto ao Sistema Nacional de Transplante para a realização de transplante de córnea.
Glauco Reggiani Mello, oftalmologista do CHC-UFPR/Ebserh, destaca que a instituição tem o tratamento completo para os pacientes oftalmológicos, oferecendo o que há de mais recente em técnicas e tecnologias. “No HC somos um centro de referência no tratamento do ceratocone, que é a maior causa de transplante de córnea no Brasil. Tratamos desde casos mais leves aos mais avançados – em que são feitos os transplantes de córnea”.
O médico destaca ainda que as técnicas usadas nos transplantes realizados no CHC-UFPR/Ebserh, chamados lamelares, são as mais modernas e de mais rápida recuperação para o paciente. “Nesse tipo de transplante a gente mantem uma das camadas da córnea, que é uma das camadas responsáveis pela maior causa de rejeição. Dessa forma o procedimento costuma ter menos rejeição e passa a ser mais seguro. É uma técnica recente, mais segura e mais eficaz”.
O lado de quem fez o transplante
J.V. R. A é um desses pacientes. O rapaz, que tinha um quadro severo de ceratocone, não tinha mais a visão do olho direito e hoje diz que o transplante mudou sua vida.
“Há 1 ano e meio eu venho sendo atendido no HC. Eu sou muito grato a toda a equipe pelo carinho e cuidado. Quando eu recebi a ligação avisando do transplante liguei para minha mãe. Ficamos muito felizes. A equipe não me devolveu apenas a visão. Eu estou também recuperei a autoestima, comecei a trabalhar. Eles realizaram o meu sonho de voltar a enxergar”, conta emocionado.
Sobre o transplante
O transplante de córnea (TC), ou queratoplastia, é a intervenção cirúrgica para substituir a córnea do paciente por uma outra de um doador.
Trata-se de um procedimento que teve grandes avanços nos últimos anos, sendo realizado como “Hospital dia”. O paciente faz a primeira consulta pós-operatório no dia seguinte e segue com acompanhamentos periódicos por pelo menos 60 meses. Quando é identificada a necessidade de transplante de córnea, o paciente é inserido em uma lista de espera na Plataforma do Sistema Nacional de Transplante.
Em média, o tempo de espera pela oferta do tecido compatível é de 10 a 12 meses. Atualmente, no CHC-UFPR/Ebserh, são 72 pacientes aguardando um doador.
Técnica empregada no HC tem menor chance de rejeição
Nos últimos anos, houve uma evolução na técnica cirúrgica dos transplantes de córnea. Antigamente, todos os transplantes eram penetrantes, em que toda a córnea é substituída pelo tecido doador. Essa técnica é centenária e tem bons resultados, porém os riscos são mais elevados, com chance significativa de rejeição.
Hoje temos os chamados transplantes lamelares, nos quais somente a camada doente da córnea é substituída. Essas técnicas resultam em menor taxa de complicações e recuperação mais rápida. O CHC-UFPR/Ebserh realiza todas as modernas técnicas de transplantes lamelares como DALK, DSEK e DMEK.
Por Unidade de Comunicação CHC
