Os calouros do curso de Medicina da UFPR já começaram a vivenciar as experiências da profissão antes mesmo do início das aulas. Durante toda esta semana, os estudantes realizaram atividades com as crianças atendidas no Ambulatório Menino Jesus de Praga (CHC –UFPR e APACN), que atua na área de hematoncologia. A ação faz parte do trote solidário que marca a recepção aos calouros.
Dos 96 novos estudantes, 65 aderiram ao trote solidário. Eles foram divididos em grupos de 12 a 15 e estão se revezando ao longo desta semana na recreação das crianças que frequentam o ambulatório.
De acordo com Lucas Eduardo de Matos, aluno do 5º período de Medicina e um dos idealizadores da ação, a ideia é desmistificar a questão do rebaixamento e das brincadeiras de mau gosto que geralmente acontecem nos trotes. “A intenção é fazer algo diferente para valorizar os calouros e trazê-los ao ambiente hospitalar desde antes das aulas. Estamos fazendo atividades com jogos e, ao final, as crianças pintam os rostos dos calouros”, conta.
Matos também é coordenador de um grupo de futuros médicos que tem um projeto de recreação hospitalar. O MEDinfância acontece no ambulatório e no Hospital de Clínicas (HC) e é um projeto do serviço de voluntariado do HC, composto por alunos de Medicina da UFPR.
“As crianças adoram, pois geralmente o adulto domina a atividade que elas fazem e aqui temos uma inversão: as crianças é que mandam naquele período. É importante resgatar esses momentos que os pequenos perdem por passarem muito tempo em ambulatórios e hospitais. Essas ações inclusive aumentam a adesão ao tratamento dos pacientes, que vêm sabendo que terão alguma atividade para desenvolver”, afirma Matos.
A estudante Elisa Hlatchuk conta que sempre participou de trabalhos voluntários e ingressou na universidade com intenção de dar continuidade a isso. “Achei muito legal poder vir aqui trazer um pouco de alegria para essas crianças. Escolhi medicina para poder ajudar e tentar tirar a dor das pessoas, melhorando a vida delas”, diz. Jhenifer Sartori também é recém ingressa do curso e revela que já esperava ações mais humanas vindo da área de Medicina. “É ideal ter essa aproximação e esse contato desde o começo com as pessoas, é gratificante. E, particularmente, eu amo crianças”.
O futuro médico Emerson Batista diz que é muito bom, mesmo antes de pegar os livros, vivenciar essa prática com as crianças. “Esse contato humano nos faz lembrar o porquê estamos nesse curso”. Segundo o coordenador do MEDinfância, esta é uma oportunidade diferente e que por meio da prática resgata a motivação que fez esses alunos escolherem Medicina.
A pequena Isabella, de cinco anos, tinha acabado de realizar exame de sangue, mas já estava animada brincando, fazendo desenhos e esperando ansiosa para pintar os rostos dos estudantes. Já Emanuele Navakoski Pike contou que quer ser médica no futuro “para ajudar muitas crianças deficientes”.
Pietra tem só dois anos e já frequenta o ambulatório há um ano. Ela não quis nem fazer o lanche oferecido pela equipe do local porque estava muito ocupada fazendo desenhos. Sua mãe, Neide Silva de Sousa, conta que a filha gosta de interagir e se fica só na sala de espera, a menina acaba ficando nervosa. “Quando tem essas atividades, ela não quer mais ir embora”.
Nesta sexta-feira (1º), outra equipe de calouros participará das atividades de recreação com as crianças do Ambulatório Menino Jesus de Praga (Rua General Carneiro, 6, Alto da Glória – Curitiba /PR) das 9h às 11h.
Confira as fotos da ação no Flickr da UFPR.
