Angela Taft defende que violência contra a mulher deve ser combatida de forma sistêmica
Angela Taft ministrou a palestra ‘Violência contra as mulheres: desafios para a saúde e o desenvolvimento’, na UFPR Setor Litoral (Matinhos), 31/07. A professora e pesquisadora veio ao Brasil a convite do professor da UFPR, Marcos Signorelli, com apoio da Capes (Ministério da Educação). O evento foi promovido com o apoio dos cursos de especialização Gênero e Diversidade na Escola, mestrado em Desenvolvimento Territorial Sustentável e graduação em Saúde Coletiva.
Em sua palestra, Angela apresentou algumas das pesquisas e projetos que desenvolve na Austrália, os quais evidenciam que, para que a violência contra a mulher seja minimizada, são necessárias ações sistêmicas que passem pelos níveis individual, da família, da comunidade e da sociedade. Para ela, somente a combinações de ações em todos esses níveis é possível combater a violência. Ela ressaltou que a agressividade contra a mulheres pelo parceiro íntimo, seu principal foco de estudo, só é caracterizada quando há uma diferença constate de poder entre os parceiros. ?Isso ocorre, quando a mulher trabalha, por exemplo, mas é o homem quem decide o que fazer com o dinheiro que ela ganha. Quando ele usa o dinheiro para beber, enquanto os outros membros da família não têm o que comer?, exemplificou. Segundo ela, esse tipo de violência afeta não só a mulher, mas também as crianças e idosos, que convivem no mesmo ambiente.
“Não basta identificar a violência, o abuso, é preciso que haja políticas, leis e sistemas que possam ser acionados, para que haja possibilidade de mudança”, afirmou Angela. Segundo ela, campanhas comunitárias podem ajudar a identificar o problema e a descobrir mecanismos de proteção. “As mulheres que sofrem violência costumam relatar o fato para familiares ou amigos, mas muitas vezes essas pessoas também não sabem como ajudá-las. É preciso que haja sistemas confiáveis aos quais as pessoas possam recorrer e elas precisam conhecê-los, saber que eles existem”, enfatizou Angela. Na Austrália, pesquisas apontaram que há fatores como o uso de álcool, ou outras drogas, e o isolamento (pessoas que vivem em regiões rurais ou estrangeiros que não falam a língua local) que criam ambientes mais propícios à violência; e que mulheres grávidas, em acompanhamento pré-natal, são um grupo que tende a relatar com maior frequência casos de abuso.
Uma das estratégias utilizadas nos projetos apresentados pela pesquisadora é a capacitação de médicos e enfermeiras para identificarem mulheres que sofrem abusos e saberem encaminhá-las aos órgãos responsáveis. A formação desses profissionais da saúde visa fazer com que eles saibam prestar acolhimento, ter compaixão e saibam ouvir sem fazer julgamento.
Ao final da palestra Angela elogiou estratégias adotadas no Brasil, como a atuação dos agentes comunitários de saúde, profissionais que visitam as famílias e fazem pontes com as instituições e serviços públicos.
Após a sua palestra Angela respondeu perguntas dos participantes, que contextualizaram as informações à realidade brasileira e da região litorânea do Paraná. Participaram do evento estudantes dos cursos de Saúde Coletiva, Fisioterapia, do Mestrado em Desenvolvimento Regional Sustentável, professores e técnico-administrativos do Setor Litoral, além de profissionais das redes públicas de saúde dos municípios da região.
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