16ª edição do Enaf traz mais de 400 trabalhos para a Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão
9ª Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe) – foto: Leonardo Bettinelli
O Encontro de Atividades Formativas (Enaf) da UFPR chega a sua 16ª edição com 448 trabalhos inscritos. A comunidade acadêmica teve a oportunidade de conhecer um pouco destes projetos durante as apresentações nesta terça (3) e quarta (4) durante a programação da Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Dentre estes projetos se encontram programas importantes como o Programa de Educação Tutorial (PET) e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) que envolve centenas de estudantes da UFPR.
O estudante Kaio Júlio Zamboni, no 1º ano do curso de Educação Física, apresentou o projeto ‘Perspectiva da cultura corporal em diferentes contextos da formação docente’ que faz parte do Pibid. Ele conta que o objetivo da iniciativa é levar para o ambiente escolar práticas que tradicionalmente não são muito trabalhadas pelos professores.
9ª Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe) – foto: Leonardo Bettinelli
“Com nosso projeto a gente leva para os estudantes do ensino médio modalidades esportivas que trabalham elementos diversos da cultura corporal que fogem do cotidiano deles que, em geral se resume a práticas de vôlei e futsal” conta Zamboni. A professora de educação física, Vanessa Schivinski Mamoré, também participa do projeto, ela explica que a parceria entre os estudantes da UFPR e professores permite levar modalidades como yoga, capoeira e artes marciais, entre outras, para as escolas, ampliando o repertório didático das atividades.
Rosana Maria Rodrigues de Paula, no 4º ano de direito, apresentou ao evento as informações que levantou sobre a oferta de vagas suplementares para quilombolas nas universidades públicas.
9ª Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe) – foto: Leonardo Bettinelli
O estudo mostrou que ainda que se tenha avançado na oferta de vagas para este público ainda é pouco considerado o número de comunidades. Segundo a estudante, “ao mesmo tempo que há uma proporção razoável de universidades oferencendo vagas para quilombolas, são 15 instituições, duas estaduais e 13 federais, num universo de cerca de cem, quando pensamos que temos cerca de três mil quilombos no Brasil, este número é ainda pequeno”. Ela destacou ainda que na Região Sudeste, a mais bem servida de universidades do país, nenhuma instituição possui cotas para este público.
Os estudantes de direito Jeferson da Silva Pereira e Rafaela Eduarda Miranda Santos, apresentaram ao Enaf alguns resultados de sua pesquisa, iniciada em 2015, que traçou o perfil de estudantes que entraram na UFPR por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e vem de comunidades quilombolas.
Com o diferencial de ser um estudo feito pelos próprios egressos do programa, o trabalho tem o objetivo de buscar compreender a situação destes estudantes na universidade e também avaliar o programa. “Buscamos entender como este grupo de estudantes se organiza, como a ação do progrma afoi implementada quais são as dificuldades que encontram no âmbito universitário” conta Pereira, que vivia no Território quilombola águas do velho Chico, em Pernambuco.
Santos, que vivia no Quilombo de Porto Velho, localizado na região do Vale do Ribeira, em São Paulo, explica que o Pronera é uma política de estado que tem como base a democratização da educação, com foco nas comunidades do campo que estão em vulnerabilidade social. Segundo a estudante “O programa tem um impacto social bem amplo, conseguindo cumprir seu objetivo de trazer estes estudantes para dentro da universidade mas ainda há problemas a serem resolvidos devido a distância da realidade das comunidades e da universidade, que nem sempre está preparada para nos receber”.
Tanto Rafaela, quanto Jeferson e Rosana fazem parte de um grupo de estudos que reúne estudantes quilombolas no Núcleo de Estudos Afro-brasileiros.