

A PHD em Gestão Esportiva Christine Green, da Universidade de Illinois, disse nesta quarta-feira (dia 25), na abertura do 3º Seminário Internacional de Políticas Públicas para o Esporte, no campus Botânico da UFPR, em Curitiba, que o desenvolvimento deste setor não depende apenas da aplicação de recursos financeiros, mas também do respeito às necessidades e à participação da sociedade.
Para ela, as políticas públicas de incentivo ao esporte devem começar na base da sociedade. “O esporte não se desenvolve apenas por meio de investimentos, mas também por meio de uma forte participação da sociedade e pelo desenvolvimento das suas habilidades”, disse Chris, que fez a conferência de abertura do encontro falando sobre o tema “Sports system and the development of sport”.
Chris lamentou ainda a existência da corrupção em organizações esportivas e afirmou que é crucial haver diálogo e coordenação entre as políticas públicas de incentivo ao esporte. “Muitas ações são desenvolvidas no esporte, mas não estão coordenadas, o que faz com que elas acabem competindo entre si. Esta coordenação facilita o desenvolvimento do setor”, avaliou,
Protagonismo da UFPR
O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, destacou a importância do seminário e do projeto “Inteligência Esportiva”, que apresentou, hoje, o maior banco de dados sobre atletas do País. O banco começou a ser desenvolvido pela UFPR em 2013 e envolve 50 especialistas de várias regiões brasileiras por meio de parceria com Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte.
Seu objetivo é produzir, sistematizar, analisar e difundir informações sobre o esporte no Brasil e as políticas públicas para o setor. “É um dos projetos mais importantes da Universidade nesta área. Ele tem contribuído muito na formação de estudantes da graduação e da pós-graduação. E do ponto de vista dos seus resultados finais, no alcance das políticas públicas aos quais se articula, é fundamental’, comentou.


O reitor Ricardo Marcelo Fonseca disse ainda que se sente orgulhoso de ver a UFPR liderando um projeto que acumula inteligência no esporte brasileiro e orienta as políticas públicas nesta área. “Nesta área, como em outras, a UFPR mostra que tem protagonismo. Com esta iniciativa, realizamos nosso destino de orientar as ações da sociedade neste campo”, avaliou.
Política pública de longo prazo
O pró-reitor de Planejamento e coordenador do projeto “Inteligência Esportiva”, Fernando Mezzadri, destacou a relevância do 3º Seminário e do lançamento do banco de dados, nesta quinta-feira. “Estamos começando uma nova etapa na divulgação, na sistematização e, agora, na divulgação de todo o trabalho feito durante os cinco últimos anos. Ficamos muito felizes com os resultados que obtivemos”, comentou.
Mezzadri considerou que as questões debatidas no 3º Seminário ajudarão a definir os rumos que os esportes olímpicos tomarão no Brasil nos próximos anos “Vamos construir uma política pública que não vai servir apenas para os Jogos do Japão, em 2020, mas para o futuro, e que pensa todo o conjunto da sociedade brasileira. Não estamos preocupados apenas com os grandes atletas, mas também com todas as pessoas que querem praticar o esporte. Para nós, fazer todo este mapeamento que fizemos e deixar este legado para a sociedade brasileira é muito importante”.
Melhores práticas públicas
O diretor do Departamento de Esporte de Base e de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Raimundo da Costa Santos Neto, representou o ministro Leandro Cruz Fróes da Silva no encontro e elogiou a realização do seminário. “Este evento é muito importante neste momento pós-jogos olímpicos. Fizemos muitos investimentos no esporte mas, hoje, temos que discutir as melhores práticas e o direcionamento no uso destes recursos para o desenvolvimento do setor”.
Santos Neto disse que o Governo Federal está trabalhando para aprimorar, nas Olimpíadas do Japão, os bons resultados obtidos pelos atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos promovidos no Rio de Janeiro, há dois anos. “Temos discutido esta questão com cuidado no ministério. Queremos fazer o melhor aproveitamento possível dos recursos que, obviamente, diminuíram depois dos jogos no Brasil. Em 2010, queremos ter um quadro de medalhas no mínimo parecido com o que tivemos aqui”, disse.
Da solenidade de abertura participaram, ainda, o assessor de Gestão Estratégica da Secretaria Estadual do Esporte, Antonio Dourado; o secretário de Esportes da Prefeitura de Curitiba, Emílio Antonio Trautwein; o diretor do Setor de Ciências Biológicas da UFPR, Edvaldo Trindade; e o professor Ricardo João Sonoda Nunes (chefe do Departamento de Educação Física da UFPR).