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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


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Pesquisadores da UFPR descobrem novas espécies de besouro em área do Setor Palotina

Espécie Myrmedonota scientiana mede 6 milímetros de comprimento.

Uma nova espécie de inseto foi descoberta no Setor Palotina da Universidade Federal do Paraná. Trata-se do Myrmedonota scientiana, um besouro de apenas 6 milímetros de comprimento.

O besouro foi encontrado em uma área pequena de Floresta Atlântica, com cerca de 5 hectares. O espaço liga o prédio do antigo Seminário aos demais blocos do setor.

A The Coleopterists Bulletin – revista científica internacional da área de insetos – publicou a descoberta neste mês. O pequeno inseto recebeu o nome de Myrmedonota scientiana. Scientiana é uma homenagem à UFPR porque o nome traz em sua composição parte do lema da universidade ‘scientia et labor’, que significa ‘ciência e trabalho’.

A equipe do Laboratório de Pesquisa em Coleoptera, do Departamento de Biodiversidade do setor, encontrou o besouro durante uma atividade de campo. Um cupinzeiro arborícola com os besouros, localizado em uma árvore tombada, foi levado ao laboratório para estudo.

“Por ser o primeiro registro de uma espécie nova na mata anexa à UFPR – Setor Palotina, a descoberta  tem um grande valor acadêmico, visto que esta mata já passou por muitas alterações do seu estado natural”, destaca a estudante do curso de Ciências Biológicas Bruna Viana Navarro, que realizou o estudo morfológico.

A espécie Myrmedonota scientiana é a primeira do gênero encontrada na América do Sul e a segunda encontrada dentro de um cupinzeiro. A nova espécie de besouro levanta o debate sobre a distribuição do gênero, antes restrito à América do Norte (Estados Unidos e México) e sudoeste da Ásia e Oceania (Malásia, Indonésia, Papua Nova Guiné e Singapura).

“Com a descoberta da nova espécie, ampliamos a distribuição do gênero até o sul da América do Sul, o que sugere existir mais espécies a serem descobertas no continente e ascende a discussão sobre a evolução do grupo”, avalia o professor orientador Edilson Caron.

Também há uma discussão evolutiva referente ao comportamento relacionado com o cupim, já que a maioria das espécies (cerca de 30) estão relacionadas às formigas.

“Assim como a relação das formigas, precisamos investigar se a relação com o cupim é benéfica para ambos ou prejudicial para o cupim, já que este grupo de besouros (linhagem evolutiva denominada Aleocharinae) são na maioria das vezes predadores”, explica Caron.

Na publicação, a UFPR também é lembrada como a universidade mais antiga do Brasil, com 105 anos de história.

Descobertas aconteceram em pequena área de Floresta Atlântica, com cerca de 5 hectares.

 

Segunda descoberta

Outra espécie de besouro descoberta na mesma ocasião também passou por estudo morfológico, realizado pelo doutorando do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFPR, Sidnei Bortoluzzi da Silva, e pelo professor Edilson Caron. O trabalho foi desenvolvido no LAPCOL.

Assim como o Myrmedonota scientiana, o besouro também pertence à família Staphylinidae.

O artigo sobre a segunda descoberta foi aceito pela revista internacional especializada da área Zootaxa. A publicação deve ser realizada ainda este ano.

Segunda espécie descoberta também pertence à família Staphylinidae. Foto: Elias Naor Schlosser

 

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