Um estudo conduzido pelo Projeto INPRO (Incubadora de Projetos Organizacionais e do Trabalho), da UFPR, recomenda a promoção de políticas públicas abrangentes para o trabalho no Litoral do Paraná. Uma série de boletins temáticos, com dados estatísticos e análises sobre sete municípios da região indicam, ainda, a necessidade de interlocução com as potencialidades ambientais e humanas para o desenvolvimento de novas possibilidades de geração de trabalho e renda. A coordenação técnica é feita pelas professoras Cinthia Maria de Sena Abrahão e Lucia Helena Alencastro.
O trabalho começou a ser publicizado no dia 5 de novembro, com a veiculação do primeiro boletim, produzido a partir de um edital interno da UFPR para ações no contexto da pandemia de covid-19. No total, serão mais seis edições que têm o objetivo de analisar as atividades de trabalho no contexto territorial que abrange Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná. Outro foco do projeto é prestar apoio “aos segmentos mais fragilizados da economia brasileira”, pensando particularmente nos trabalhadores informais e microempreendedores individuais.


Entre os dados destacados pela equipe no primeiro boletim, há uma análise comparativa da diferença salarial entre homens e mulheres. Em Paranaguá, esse número é superior à média nacional, chegando a 25%. Apesar do indicador negativo no que se refere à igualdade de gênero, o município é o que tem maior percentual de trabalhadores com carteira assinada: 60%, em dados de 2018. Já Guaraqueçaba tem um índice de mais de 70% de informalidade.
“A taxa média estimada de informalidade na região do litoral paranaense é próxima à calculada para o estado, girando em torno de 45%”, indica o boletim. O texto ainda aponta para a existência de fragilidades, agravadas historicamente e potencializadas pelo quadro da pandemia. “Os municípios balneários, por sua vez, possuem o agravante da sazonalidade de parte importante das atividades econômicas”, completam. Apesar de a atividade portuária ter um peso significativo na região, o setor de turismo também é central.
Próximos temas


Nas próximas seis edições, que circularão quinzenalmente, sempre online, as análises dos pesquisadores continuarão traçando um perfil do trabalho na região e buscando respostas para o contexto da pandemia de covid-19. No dia 23/11, o grupo tratará da vulnerabilidade social, o que aumenta a situação de trabalho precário. “Para tanto, além dos dados censitários e estimados de população, foi realizada uma síntese a partir do Cadastro Único que permite explicitar a participação dos pobres e dos extremamente pobres nesse recorte territorial”, resume a equipe do INPRO. Já a terceira edição irá focar nas medidas de apoio à população vulnerável.
O grupo também traz como foco de interesse as medidas de crédito estadual e federal no contexto da pandemia, bem como as medidas de manutenção de emprego. Já a implementação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas nos Municípios do Litoral do Paraná será analisada na última edição do boletim, que circula em fevereiro. A ideia é caracterizar as ações municipais de fomento e apoio aos microempreendedores individuais, as microempresas e empresas de pequeno porte.