

A segunda edição do livro O Saci Assobiador ─ Kali Héui Húmikoti, que reúne histórias em língua portuguesa e terena, será lançada na Aldeia Lagoinhas no próximo sábado (22), no Município de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul.
A obra é um dos resultados das ações realizadas pelo Programa de Educação Ambiental (PEA) do projeto BR 262. ”Faço parte deste caminho, desenvolvido em paralelo às obras de recuperação de pista e implantação de acostamentos na BR 262, no trecho entre Anastácio e Corumbá.” O projeto é realizado desde 2011 pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (ITTI-UFPR) em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
A obra é o segundo volume da coleção Decompondo o Saci, que utiliza as diferentes lendas e histórias deste símbolo do folclore brasileiro para discutir problemas ambientais, como o desmatamento e o atropelamento da fauna. ”O livro usa elementos da cultura nacional para chamar atenção para questões ambientais. Por exemplo, há um texto que explica que o saci não existe mais na região por causa do desmatamento que a floresta sofreu”, explica a professora do Departamento de Teoria e Prática de Ensino do Setor de Educação da UFPR e organizadora do livro, Christiane Gioppo.
O volume da coleção conta com a coautoria de mais de 150 professores da rede pública de ensino dos três municípios contemplados pelas obras.
Professores das aldeias Passarinho e Moreira que participaram do programa escreveram versões da lenda do Saci, buscando relações com o Pantanal. Em quase todas elas há destaque para os assobios, já que na etnia terena, o saci é conhecido como assobiador, por causa do barulho que os terenas dizem que ele faz.
A nova edição conta ainda com uma história inédita, escrita pela professora Matilde Miguel em conjunto com seus alunos, todos da etnia terena e moradores da Aldeia Lagoinhas.


A tradução do livro para a língua indígena foi feita pelos professores Fernando Moreira e Cristiane Vertelino Marques, ambos moradores da aldeia Lagoinhas. Para a professora Cristiane, a relevância do livro bilíngue é fundamental para as crianças terenas. ”A maioria das aldeias já está mais envolvida no mundo não-indígena. A nossa ainda é falante da língua terena, mas temos que preparar nossos alunos para a vida lá fora, por isso ensinamos as duas línguas para todos os moradores”, explica a docente.
Programa de Educação Ambiental
O PEA é um dos 15 programas da gestão ambiental que ocorrem durante as obras de recuperação de pista e implantação de acostamentos na BR 262, no trecho entre Anastácio e Corumbá. A série de programas socioambientais é executada na região pela UFPR, por meio do ITTI. A Universidade é parceira da Coordenação Geral de Meio Ambiente do DNIT, responsável pelo empreendimento.
Assessoria de Imprensa do ITTI