A reforma do prédio conhecido como Seminário e a construção de duas novas edificações para o Setor Palotina devem ser licitadas ainda neste ano pela UFPR, que conta com R$ 5,5 milhões em recursos do Tesouro Nacional para as obras. Comprado pela UFPR em 2008, com verba do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o Seminário hoje abriga salas de aula, laboratórios e gabinetes, mas é subutilizado devido a problemas estruturais. A edificação foi erguida por padres da ordem São Vicente Palotti na década de 1960.
As indicações iniciais para a licitação foram discutidas nesta quinta-feira (20) em reunião na Reitoria, em Curitiba. O pró-reitor de Planejamento, Fernando Marinho Mezzadri, diz que a ideia é lançar a licitação para uma obra única, que reúna a reforma completa. Segundo Mezzadri, a obra está dentro do planejamento da UFPR que foi apresentado ao Conselho Universitário (Coun) e compõe o modelo de transparência da gestão pública.


Já o prédio de gabinetes e o almoxarifado serão recursos para que o Setor Palotina possa substituir contratos de locação por uma estrutura própria. “O prédio e o almoxarifado serão espaços mais adequados para as condições do setor. Também vão permitir economia à UFPR, porque contratos de aluguel não serão mais necessários”, diz Elisandro Pires Frigo, diretor do Setor Palotina.
De acordo com o diretor de Apoio aos Campi Avançados, Helton José Alves, as obras serão um avanço para o Setor Palotina nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. “A comunidade de maneira geral também está curiosa para ver o prédio reformado”, conta. A reforma do Seminário deve abranger troca de fiação elétrica e de telhado, além de instalação de elevador. Alves afirma que o projeto representa um “fortalecimento das atividades da UFPR com qualidade e mesmo em tempos de crise”.
História
A vice-diretora de Palotina, Yara Moretto, lembra que, no caso do Edifício Seminário, a reforma do imóvel também tem cunho histórico. “A universidade iniciou neste prédio, há 25 anos. Mas, antes de ser sede da universidade, foi um dos primeiros prédios de Palotina”.
O edifício surgiu com função educacional. Primeiramente, abrigou cerca de 65 alunos do Grupo Escolar da Escola Normal e do Curso Técnico Comercial; depois, abriu as portas para a comunidade, sendo sede de cursos de formação e religiosos.
No livro “História de Palotina – 1954/1979”, o padre Pedro Reginato descreve o esforço da comunidade para a construção do prédio do Seminário na cidade recém-fundada. O município, hoje com cerca de 31 mil habitantes, começou a ser povoado nos anos 1940 e conseguiu emancipação política em 1960.
Para concretizar a obra, foi criado, por exemplo, um livro de doações espontâneas, o “Livro de Ouro”. Durante a obra, Reginato conta que “o povo ajudou com dias de trabalho, fretes gratuitos, e outras ofertas”. Mesmo com tanto empenho, a obra teve seus imprevistos, como a falência da construtora, o que levou à paralisação das obras em 1968.
Segundo o padre, a inauguração, em 10 de maio de 1970, contou com cerca de 40 caravanas de fiéis, fogos de artifício, desfiles, banda e com uma missa de mais de 11 horas, da qual participaram 20 padres e dois bispos, o de Toledo e o de Campo Mourão. “Nunca Palotina sentiu tão de perto a alegria de um desejo comunitário alcançado”, escreve Reginato.
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