O que a universidade pública deve buscar ser no futuro? Essa pergunta guiará a mesa redonda de encerramento da 10ª Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe) da UFPR, no dia 4 de outubro (quinta-feira), às 9 horas, no Teatro da Reitoria. É quando serão abordados os projetos possíveis para as instituições.
Sobre o tema, a organização da 10ª Siepe avalia que reformas nas universidades devem voltar à tona nos próximos anos, portanto é importante que os debates sejam conduzidos pelo caminho que busca “aprofundar a natureza e vocação pública da nossa universidade”.


Um participante da mesa será o professor Naomar de Almeida Filho, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que falará sobre multiculturalismo e interdisciplinaridade no ensino superior. Já a jornalista Marta Avancini, da Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), deve abordar tendências e desafios para a educação superior e a expectativa de estudantes de ensino médio sobre a continuação de sua formação.
Sobre Naomar de Almeida Filho
Atualmente professor universitário aposentado, o médico Naomar de Almeida Filho escreveu livros sobre a relação entre universidades e sociedade, entre os quais “A Universidade no século XXI: para uma universidade nova”, de 2008, escrito a quatro mãos com o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos. Nele, o professor propõe um modelo que chama de “Universidade Nova do Brasil”, que seria fruto de reformas institucionais profundas capazes de “superar a crise da universidade brasileira, velha e debilitada”, que, em sua visão, tem hoje dificuldade em responder às demandas sociais.
“Meu argumento é que, em tal cenário, precisamos construir no Brasil um tipo diferente e renovado de instituição acadêmica, capaz de atuar como instrumento de integração social e política entre países, culturas e povos, em contraposição aos efeitos perversos do globalitarismo. Isso porque acredito que o Maio de 1968 não chegou ao Brasil”, escreve. “Por isso, afirmo que a universidade brasileira continua a ser uma universidade elitista, excludente, que não sofreu a revolução política que vem atingindo as universidades no mundo. E pior, está correndo o risco de não acompanhar as transformações de pensamento que estão reformulando o conhecimento”.
Almeida Filho foi reitor da UFBA entre 2002 e 2010 e reitor pró-tempore da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) de 2013 a 2017. A renúncia ao cargo ocorreu no ano passado, quando o professor divulgou uma carta aberta em que denunciava o “desmonte” que a instituição vinha sofrendo, especialmente devido à queda de recursos, mas também por incompreensão às inovações do projeto. Na visão de Almeida Filho, as universidades devem estimular e preservar o multiculturalismo e a interdisciplinaridade.
Sobre Marta Avancini
Já Marta Avancini é jornalista e especialista em educação, direitos humanos, infância e adolescência, com experiência em veículos de comunicação como Folha de São Paulo e Estadão. Atualmente é editora pública na Jeduca, que tem a proposta de criar materiais de apoio a jornalistas na cobertura de temas referentes a educação.
No ano passado, durante a 69ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marta defendeu que a cobertura jornalística qualificada de questões relacionadas a educação é necessária para a construção de uma visão democrática sobre o tema.
SERVIÇO
Mesa de Encerramento da 10ª Siepe: Universidade Pública como Projeto
Data: 4/10
Horário: a partir das 9h, com atividades culturais a partir das 8h30
Local: Teatro da Reitoria, no Campus Reitoria (R. XV de Novembro, 1.299, Centro, Curitiba)
Entrada livre (inscrições na hora), com certificado de participação
Mais informações no site www.siepe.ufpr.br/2018.