

O Brasil é o 47º no ranking de países inovadores divulgado por agências internacionais. Número que pode ser muito mais positivo com o incetivo ao registro de patentes por pesquisadores das univerisdades. Esse é o trabalho da Agência de Inovação da UFPR, que promoveu na manhã desta quinta-feira, dia 12, o I Encontro de Pesquisadores, no auditório do Cesec, no Centro Politécnico. Logo após a abertura, que contou com a presença do reitor Zaki Akel Sobrinho, houve uma palestra com Renee Senger, diretor regional do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) no Paraná. Ele apresentou um panorama dos registros solicitados e obtidos no Estado, bem como, relatou as dificuldades do órgão e apontou para as soluções necessárias.
A demora na análise dos pedidos de patentes foi um dos questionamentos levantados pelos pesquisadores presentes no evento. Na opinião de Senger, o INPI sofre com a falta de pessoal e a evasão de profissionais concursados, o que gera a fila de processos para análise. Para ele, as soluções passam pela descentralização dos técnicos, hoje concentrados no Rio de Janeiro, e pela aceleração no uso da tecnologia de informação para otimizar as tarefas.
Em seguida, o professor Carlos Soccol falou sobre “A Importância da Inovação e da Propriedade Intelectual para o Desenvolvimento Econômico do País”. Ele apresentou a experiência da área de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da UFPR na pesquisa científica. Referência na área, o departamento foi responsável pelo depósito de 11 patentes entre 2007 e 2011. No período, foram formados 11 doutores, 36 mestres, seis pós-doutores e publicados 103 artigos em revistas internacionais indexadas. O professor destacou que as patentes de propriedade intelectual representam a proteção do conhecimento gerado e, em última instância, das riquezas e da biodiversidade do país.
Soccol apontou a percepção equivogada que o empresariado tem do papel dos pesquisadores nas universidades e das possibilidades de integração com o mercado produtivo. “Muitos empresários nos procuram pensando que vamos dizer a eles o que fazer, como fazer e que vão lucrar com nosso trabalho, sem necessidade de investimento. Querem que trabalhemos para eles, e de graça. É essa visão que precisa ser mudada”, ressaltou. Uma das fórmulas para isso é equilibrar a presença de pesquisadores nas indústrias. Hoje, segundo dados apresentados por Soccol, a proporção de pesquisadores é de 73% nas instituições de ensino e apenas 11% nas empresas. “Isso influencia diretamente no desenvolvimento do país”, observou acrescentando que o Brasil passa por um processo de desindustrialização ─ a participação das indústrias na economia brasileira está caindo aos níveis dos anos 50 do século passado. Apenas com apoio ao desenvolvimento científico esses números poderão ser revertidos.