Mesmo com chuva, centenas de estudantes e professores estiveram na tenda UFPR Litoral, na última sexta-feira (09/11), para ouvir José Pacheco, educador português reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho na Escola da Ponte, próxima à cidade do Porto, em Portugal. Esta é a segunda vez que Pacheco ministra palestra na UFPR Litoral, a convite da Motirõ Sociedade Cooperativa. O educador disse que quer falar de outras iniciativas, além do projeto Escola da Ponte, e que há exemplos no Brasil que devem ser ressaltados. “Entre eles o Projeto Âncora, em Cotia (SP), de uma instituição não governamental que deixou de oferecer contraturno escolar para oferecer educação regular, mas de uma forma diferente: promovendo a autonomia, e atuando junto com comunidade”, explica Pacheco. Segundo ele, para transformar a educação, os brasileiros têm que deixar de ler os teóricos clássicos e valorizar os seus pensadores, pessoas como o pedagogo Lauro de Oliveira Lima.
“O currículo escolar tem que ser construído junto com a comunidade. Aula é coisa dos séculos 18, 19. A escola no modelo atual produz desigualdade, encontramos mais de 20 milhões de analfabetos funcionais no Brasil, o que é uma vergonha, mas é o que esse modelo de educação produz”, argumentou Pacheco.
Ao falar do papel do professor e de sua formação, Pacheco ressaltou que o educador ensina o que é, partilha o que sabe, e não ensina o que diz. Segundo ele, a teoria não deve preceder a prática na formação dos educadores, eles devem ter experiências nas escolas logo no início de sua formação.
Pacheco também falou sobre temas bastante discutidos no momento: sustentabilidade, influência dos meios de comunicação na formação cultural, comunidades de aprendizagem e autonomia. “Somos autônomos quando somos responsáveis pelo que nós fazemos. Autonomia se exerce em relação com o outro, se não, é autossuficiência”, ressaltou o educador.
O vídeo da palestra ministrada em 2011, na UFPR Litoral, pode ser assistido on-line: acesse aqui (http://motiro.org/eventos/88-video-completo-da-conversa-com-o-professor-pacheco-em-2011.html)