O reitor Ricardo Marcelo Fonseca, docentes, servidores técnico-administrativos, estudantes e pessoas da comunidade palotinense acompanharam a palestra do professor Faraco – que como reitor da UFPR entre 1990 e 1994, acompanhou o processo de implantação da universidade em Palotina.
Ele lembrou que havia o sonho de ampliar a interiorização da UFPR, mas faltavam recursos e o momento político era desfavorável. “A administração federal do governo Collor tentou interferir nas universidades federais, querendo nos obrigar a reduzir em 30% o quadro de professores e técnicos por meio de demissões. Isso era absolutamente impossível e inviabilizaria o ensino na universidade”, relatou.
Durante esse período conturbado, surgiu a proposta de criar uma extensão da universidade no oeste do Paraná. “Em sã consciência, eu deveria descartar a ideia. Mas prometi criar uma comissão que, para meu desespero, acolheu e recomendou o projeto”, recordou Faraco. O Setor de Ciências Agrárias também incentivou a continuidade do projeto.
“Fui a Palotina para sentir de perto e saí convencido de que, apesar das incertezas, valia a pena investir. Há momentos cruciais em que ou somos ousados ou perdemos oportunidades”, lembrou o ex-reitor.
O envolvimento da comunidade e a força de lideranças locais foram diferenciais que pesaram para a decisão. De acordo com Faraco, a equipe da prefeitura municipal também mostrava ter visão estratégica para a cidade: “A proposta vinha do coração da comunidade”.
A assinatura do convênio para instalação da UFPR em Palotina aconteceu em praça pública no ano de 1992. “O projeto foi e continua sendo bem sucedido, apesar de ousado e arriscado”, disse Faraco.


O professor ressaltou que tanto as administrações seguintes da cidade como os sucessivos reitores da UFPR deram continuidade aos compromissos.
Além da formação profissional de qualidade, Faraco afirmou que a presença da universidade no município gera conhecimento, serviços de extensão e evolução cultural. A UFPR ainda é considerada um fator de estímulo à economia local e um polo cultural e de reflexão permanente.
“É uma emoção estar aqui e ver como esse projeto avançou. Ao conversar com professores e técnicos que estão à frente do Setor Palotina, senti o mesmo entusiasmo de 25 anos atrás”, concluiu.
Resgate histórico
“A palestra nos mostrou que muitas vezes vale a pena arriscar e apostar no futuro, como fizeram o professor Faraco, a comunidade universitária e a comunidade de Palotina”, disse o reitor Ricardo Marcelo. “Esse histórico nos fez lembrar que o tempo em que ele foi reitor, na década de 1990, é similar ao de hoje. É inspirador perceber que não devemos esmorecer e precisamos prosseguir, mesmo em momentos difíceis como este que a universidade passa hoje.”
“A partir do momento que nós sabemos de onde viemos e como chegamos até aqui, valorizamos mais o que somos. O relato do professor Faraco sobre como foi concebido o Setor Palotina foi importante para nós docentes e o alunos nos sentirmos mais UFPR do que já sentíamos até então”, disse o professor Helton José Alves, diretor de apoio aos campi avançados da UFPR.
O diretor do Setor Palotina, professor Elisandro Pires Frigo, afirmou que a palestra trouxe a visão da Reitoria sobre o início da extensão em Palotina. “O professor Faraco vem coroar a história, porque sempre tivemos a comunidade nos dizendo como se organizou e lutou O professor finalizou com algo que faltava, como a reitoria nos via”, disse.
“Ouvir dele toda essa história só reforça em nós o objetivo da comemoração dos 25 anos: exaltar a fase de construção, todas as batalhas e o papel importante da comunidade para nós”, destacou a vice-diretora, Yara Moretto.