Pesquisadores de várias regiões do país participaram do “Dia de Campo Ridesa”, promovido pela Universidade Federal do Paraná na estação experimental do Setor de Ciências Agrárias, localizada no município de Paranavaí. A programação marcou o aniversário de 31 anos da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Sucroenergético (Ridesa) – principal núcleo de pesquisa canavieira no âmbito do Governo Federal.
Vinte e uma novas variedades de cana-de-açucar, das quais quatro criadas na UFPR e liberadas em 2021, foram apresentadas durante o evento. O reitor Ricardo Marcelo Fonseca e a vice-reitora Graciela Bolzón de Muniz participaram da solenidade no dia 20 de abril. Na ocasião, houve a divulgação do livro que celebra e conta a história dos 50 anos de variedades RB, relatando as 114 variedades lançadas pelo Planalsucar e pela Ridesa, em mais de 32 anos de pesquisa.


A Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento Sucroenergético (Ridesa) é formada por um convênio de cooperação técnica entre dez universidades federais, do qual a Universidade Federal do Paraná (UFPR) faz parte. A rede desenvolve as cultivares denominadas República do Brasil (RB). Desde 1992, o Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar, vinculado ao Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade da universidade paranaense, já desenvolveu quatorze variedades, sendo quatro novas.
As variedades da sigla RB são cultivadas em mais de 65% da área com cana-de-açúcar no país, uma contribuição de cerca de 12,3% na matriz energética do Brasil.
Assista à reportagem especial da UFPR TV sobre a Ridesa neste link.
UFPR na Ridesa
O melhoramento genético proporciona aumento de produtividade, pois viabiliza o cultivo de plantas mais resistentes a pragas e a doenças e adaptadas para as diferentes regiões produtoras. Entre as vantagens das novas variedades estão o elevado teor de sacarose, os diferentes ciclos de colheita e as adaptações a vários tipos de solos e ambientes.


O processo é considerado de grande relevância para o setor agrícola e, principalmente para a sociedade, brasileira e mundial. São necessários cerca de 15 anos de estudos e pesquisas para obter uma nova variedade de cana-de-açúcar.
Nas estações, são produzidas milhares de sementes e enviadas para as universidades da Ridesa iniciarem as fases de experimentação de campo. Entre as etapas realizadas nas universidades estão: germinação das plântulas; seleção de clones de cana-de-açúcar RB; ensaios de competição de clones; avaliação da época de maturação dos clones; e reação às pragas e doenças de clones.
Ridesa no Brasil
A Ridesa é conveniada com 298 usinas no Brasil, o que representa, aproximadamente, 80% das empresas brasileiras produtoras de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade.
Esse modelo de parceria com usinas e destilarias possibilita que a Rede desenvolva novas variedades e as introduza em sistemas de cultivos no Brasil para avaliá-las com base em experimentos nas empresas nacionais.