

O Brasil avançou muito nas questões envolvendo a homofobia, como a legalização do casamento gay, mas o que ainda preocupa é o alto índice de violência. Somos o país com o maior número de assassinatos de homossexuais. No ano passado foram 300 casos, de acordo com a pesquisadora Araci Azinelli da Luz, coordenadora da Conferência Livre Nacional de Educação em Respeito à Diversidade Sexual, que começou na manhã desta sexta-feira (05), no Setor de Educação da UFPR e prossegue ainda até o dia 6 (sábado).
A conferência conta com a participação de 500 pessoas, muitas de fora de Curitiba, que vão apresentar propostas para a “Conferência Nacional de Educação”, a ser realizada em fevereiro do próximo ano. Além da UFPR, o evento é promovido parceria com a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), do Instituto Brasileiro da Diversidade Sexual e da Aliança Global para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Os participantes vão analisar a conjuntura política em relação à educação e à diversidade sexual.
Os assuntos tratados, já no início do encontro, foram sobre as “Respostas da Educação ao bullying homofóbico”, com a representante da Unesco Mariana Souza; “Políticas Educacionais de Diversidade Sexual”, com Macaé Evaristo do Ministério da Educação, além do “Sistema Nacional de Enfrentamento à Violência contra LGTB e Promoção dos Direitos”, com Synmy Laborrat da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A “Discriminação e violência na escola” foi o assunto analisado pelo representante do Conselho Federal de Psicologia Celso Francisco Tondim. Depois, a pesquisadora Margarida Diaz apresentou um estudo sobre a homofobia na escola em 11 capitais brasileiras.
Além de analisar dezenas de questões envolvendo os homossexuais, os participantes vão eleger 15 delegados do movimento LGBT para participarem da “Conferência Nacional de Educação”.
Prêmio – Uma das atrações do encontro será a entrega do prêmio “Educando em Respeito à Diversidade Sexual”, marcado para às 16h30 desta sexta-feira, na Sala Homero de Barros. A premiação tem a finalidade de reconhecer, valorizar e incentivar a promoção do respeito à diversidade sexual no ambiente educacional no Brasil.
O Prêmio foi organizado pelo Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual, em parceria com o Centro Paranaense da Cidadania, o Grupo Dignidade, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e a Universidade Federal do Paraná. A promoção conta ainda com o apoio da UNESCO, do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids; da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; do Ministério da Saúde; do Ministério da Educação; do Conselho Federal de Psicologia, e; do Conselho Federal de Serviço Social.
Ao todo são 11 vencedores:
– ADHONS – Associação de Defesa Homossexual de Sergipe, pelo Projeto Educando para a Diversidade (ADHONS;
– Marco Antonio Torres, pela tese de doutorado sobre “A emergência de professoras travestis e transexuais na escola: heteronormatividade e direitos nas figurações sociais contemporâneas”;
– Professora Roseane de Araújo Silva, do Colégio Estadual Professor Júlio Szymanski de Araucária pela iniciativa “Nome social: mais que um direito, é respeito!”
– Paula Regina Costa Ribeiro e Juliana Lapa Rizza pela publicação “Sexualidade: papo de criança na escola? Sim!!!?”
– Professora Eliane Rose Maio, da Universidade Estadual de Maringá pela iniciativa “Nome social no espaço universitário: uma prerrogativa indispensável à valorização da dignidade humana e da legitimidade da identidade social”;
– Marcelo Daniliauskas pela dissertação de mestrado sobre “Relações de gênero, diversidade sexual e políticas públicas de educação: uma análise do Programa Brasil sem Homofobia”;
– TV Escola pelo programa “Salto para o Futuro”;
– APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (Secretaria de Gênero, Relações Étnico-Raciais e Direitos LGBT) pela iniciativa “Cursos de formação para educadores(as) da rede estadual”; “Seminário Estadual por uma escola sem homofobia”;
– Francine Netto Martins Tadielo pela dissertação de mestrado sobre “Oficinas como dispositivo na formação de professores: produção discursiva sobre sexualidade”;
– Professora Fabiana Chiuchetta Horn , do Núcleo Regional de Educação de Pato Branco pela iniciativa “Gênero e Diversidade Sexual”;
– Ana Maria Braga pelo programa “Mais Você” – matéria sobre “Homofobia nas escolas”, veiculada em 22/03/2012.